
DGS confirma aumento recente de casos de mpox em Portugal, embora sem sinais de novo surto

A Direção-Geral da Saúde (DGS) informa, em resposta à Renascença, que Portugal tem registado, desde junho de 2024, um número reduzido, mas constante, de casos esporádicos de Monkeypox (mpox). Nas últimas semanas, contudo, foi observada uma subida no número de casos, o que poderá indicar uma intensificação da transmissão, embora sem evidência de um novo pico epidémico.
De acordo com os dados do Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SINAVE), o país mantém, em 2025, uma média mensal de cerca de 11 casos associados à subvariante “clade Ib” do vírus mpox, com variações mensais: 10 casos em agosto, 3 em setembro, 16 em outubro e 8 em novembro.
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A maioria dos casos reportados corresponde a indivíduos do sexo masculino, com idades entre 25 e 57 anos, sendo que 86% declararam ter tido relações sexuais com outros homens.
Em 17 de outubro de 2025, o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) confirmou o primeiro caso em Portugal de infeção por vírus mpox da subvariante “clade Ib”, num indivíduo sem histórico de viagem. Este caso apresenta semelhanças com situações detetadas noutros países europeus, como Itália (2 casos), Países Baixos (1 caso) e Espanha (1 caso).
Estas deteções levaram o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) e as autoridades nacionais a rever a avaliação de risco, estimando-se que possam continuar a ocorrer casos esporádicos associados a importações ou a cadeias de transmissão local muito limitadas, sem indícios de circulação sustentada da subvariante “clade Ib” na Europa.
A DGS refere ainda que, embora se tenha verificado um aumento de casos da subvariante “clade IIb” em outubro, este valor ainda carece de confirmação laboratorial e de uma análise mais aprofundada à evolução dos casos nas próximas semanas.
A DGS garante que mantém a monitorização da situação de novos casos de mpox a nível nacional e internacional e reforça as recomendações para a vacinação preventiva da população com maior risco de infeção. A lista de locais de vacinação nas diferentes regiões do país está disponível aqui. Mais informação sobre sinais, sintomas e procedimentos aqui, e sobre normas e orientações para profissionais de saúde aqui.
GAT identifica novo surto de mpox em Lisboa e alerta para aumento de casos de hepatite A
O Grupo de Ativistas em Tratamentos (GAT) disse esta quinta-feira, em comunicado, que identificou novos casos de mpox e hepatite A na região da Grande Lisboa, sobretudo entre homens que têm sexo com homens (HSH). A organização alerta para a possibilidade de dois surtos simultâneos e apela ao Ministério da Saúde para reforçar o acesso gratuito às vacinas.
De acordo com o GAT, os centros comunitários GAT Checkpoint LX e GAT Intendente detetaram casos recentes de mpox durante os meses de outubro e novembro, sinalizando um novo surto.
“Pretendemos controlar a situação promovendo a adesão à vacinação”, explica a associação.
Em paralelo, foram também identificados novos casos de hepatite A entre a mesma população, o que levanta receios de um novo surto. O primeiro caso confirmado no Checkpoint LX é, segundo o GAT, “um sinal de alerta claro de que a história pode estar a repetir-se” — e de que “a resposta pública não pode voltar a chegar tarde”.
A organização lembra que, nos surtos anteriores, os serviços de saúde comunitários tiveram um papel essencial na deteção precoce e na prevenção. “Os surtos ensinaram-nos que a vacinação é a melhor prevenção, mas o acesso precário às vacinas continua a ser a principal barreira”, sublinha o grupo.
Enquanto a vacina contra a mpox continua a ser disponibilizada gratuitamente, a vacina contra a hepatite A ainda precisa de ser adquirida em farmácia, apesar de a Norma de Orientação Clínica da Direção-Geral da Saúde (DGS), publicada no verão de 2025, prever a sua administração gratuita. “Até agora, isso não aconteceu”, critica o GAT.
As pessoas que ainda não foram vacinadas, ou que não completaram o esquema de duas doses, podem solicitar prescrição médica nos centros do GAT. A organização reforça o apelo à vacinação de todas as pessoas em risco, especialmente HSH, pessoas com múltiplas parcerias sexuais ou integradas nas mesmas redes sociais e sexuais.
“É fundamental agir já para evitar uma dupla crise de saúde pública”, conclui o GAT.
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