
Aprender uma nova língua pode atrasar o envelhecimento do cérebro
O processo de aprender uma nova língua pode retardar o envelhecimento do cérebro e ajudar a prevenir o declínio cognitivo.
Um estudo que envolveu mais de 80 mil pessoas, publicado na revista científica Nature Aging esta segunda-feira, sugere que pessoas que saibam falar várias línguas têm metade da probabilidade de mostrar sinais de envelhecer rápido, quando comparadas com quem fala apenas uma língua.
O coautor do estudo Agustín Ibáñez, neurocientista na Universidade Adolfo Ibáñez em Santiago, Chile, afirma à Nature que o objetivo passou por “abordar uma das lacunas mais persistentes na investigação sobre o envelhecimento, que é se o multilinguismo pode realmente atrasar o envelhecimento”.
Em trabalhos anteriores, investigações sugeriam que falar mais do que uma língua pode ajudar em algumas funções cognitivas, como a memória e a atenção, o que reforça a saúde cerebral à medida que se envelhece. No entanto, muitas destas pesquisas já realizadas foram feitos com base em amostras pequenas e usaram métodos pouco fiáveis, o que se traduzia em resultados que não se podiam generalizar.
Para este estudo, investigadores utilizaram uma abordagem computacional para analisar a ligação entre o multilinguismo e o envelhecimento saudável em 86 mil participantes saudáveis com idades entre os 51 e os 90 anos em 27 países europeus.
Para cada participante, a investigação determinou a diferença de idade biocomportamental, do número de anos que viveram e a sua idade prevista de acordo com vários fatores fisiológicos, de estilo de vida e socioeconómicos, variando desde a saúde até ao nível de educação. E com base nisso, compararam as diferenças de idade biocomportamental dos participantes com o número de línguas que falavam, perguntando diretamente aos participantes.
Através dos resultados, concluíram que pessoas que falam apenas uma língua têm o dobro da probabilidade de verem o seu cérebro envelhecer mais rápido em comparação com quem fala várias línguas, com a aprendizagem de mais uma língua a reduzir o risco de envelhecimento acelerado. “Mas quando se falam duas ou três, este efeito é maior”, refere Ibáñez.
Com as descobertas, os investigadores esperam que as descobertas influenciem os políticos a incentivar a aprendizagem de várias línguas na educação.
Source link


