
António Filipe considera que os pactos “não resolvem nada”

O candidato a Presidente da República António Filipe afirmou esta sexta-feira que os pactos “não resolvem nada” e recusou “promover” André Ventura, que desafiou os concorrentes às eleições presidenciais para um debate sobre a saúde.
“Vemos que os pactos não resolvem nada. O que resolve é haver uma política de investimento no serviço público, neste caso no Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, disse António Filipe, que falava aos jornalistas em Vila Real, após uma reunião com a administração da Unidade Local de Saúde de Trás-os-Montes e Alto Douro (ULSTMAD).
Desafiado a comentar o pacto para a saúde proposto pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o candidato apoiado pelo PCP disse que assistiu ao longo da sua vida a anúncios de “dezenas de pactos, para a justiça, para a saúde, pactos de regime para isto, pactos de regime para aquilo”.
“E depois não vemos nada”, sustentou. Por isso, defendeu uma política de investimento no SNS que “permita que haja retenção e atração de profissionais”.
Disse ainda que o “SNS não é um exemplo negativo” para o país e que o “SNS é um grande valor que o povo português tem”, no entanto reconheceu estar “muito preocupado” “com uma política de saúde que nos últimos anos tem vindo a permitir a degradação do Serviço Nacional de Saúde”, mas salientou que “há exemplos positivos”.
Questionado sobre o desafio deixado pelo também candidato presidencial André Ventura para um debate sobre a saúde, António Filipe afirmou estar “muito pouco interessado no que diz” o também líder do Chega.
“Interesso-me mais com os problemas reais do país e não propriamente, não estou muito interessado em promover o candidato André Ventura. Eu sei que é esse o seu objetivo, mas não contará comigo para isso”, afirmou.
António Filipe disse esperar, no entanto, que nos debates que vai haver entre os candidatos à Presidência da República, que a saúde seja uma “questão central”, tal como a questão do trabalho.
“Eu creio que aquilo que interessa é que nestas eleições discutam os problemas que preocupam as pessoas. E, obviamente, que a saúde é um deles, e muito importante. Eu acho que a questão do trabalho, que está em cima da mesa, de alteração da legislação laboral é profundamente lesivas dos trabalhadores”, frisou, adiantando ainda que pretende marcar presença na manifestação promovida pela CGTP para sábado.
Ainda sobre a saúde, considerou que regressar ao modelo de Parceria Público-Privada (PPP) “é um retrocesso em matéria de acesso a cuidados de saúde” e que se “o Governo for por aí” acha que “vai mal”.
Sobre o curso de Medicina aprovado esta semana para a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), numa parceria com a ULSTMAD, disse que “é uma boa notícia” para esta região e o país.
“Eu acho que o problema que nós temos foi que houve atrasos muito grandes relativamente à formação na área da Medicina, com mais profissionais a saírem, por se reformar, do que estudantes a concluir os seus cursos de Medicina para poderem reforçar os quadros do SNS”, referiu ainda.
Depois de Vila Real, António Filipe seguiu para uma reunião com a direção da Casa do Douro, no Peso da Régua, também no distrito de Vila Real, para se inteirar dos problemas que afetam esta associação e os viticultores durienses.
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