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Administradores querem repensar financiamento dos hospitais para garantir inovação

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Os administradores hospitalares defendem que o financiamento destas unidades deve ser repensado para não afastar a inovação terapêutica, que é cara, pois o cálculo por capitação parte sempre de valores desatualizados.

“O Estado está agora a calcular o dinheiro que vai dar aos hospitais em 2026, com base nos custos de há dois ou três anos. Mas no próximo ano vão entrar uma série de novos fármacos muito mais caros do que os que estamos a comprar agora”, explicou o presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares (APAH).

Xavier Barreto sublinhou o desfasamento destes valores, defendeu que este financiamento deve ser repensado e que há países que têm fundos específicos só para pagar medicamentos inovadores.

“Há países que estão a pagar os medicamentos inovadores à margem da capitação [pagamento por doente atendido que pertence à área geográfica do hospital]”, disse o responsável, explicando que esta situação se verifica em hospitais universitários, que são mais complexos e acabam por receber e tratar doentes não só da sua área de residência, mas de todo o país, acabando por ter prejuízo.

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Disse que os hospitais não deixam de tratar doentes com os medicamentos que existem por terem prejuízo e acrescentou: “Acabam por fazer dívida, compram medicamentos e ficam a dever à indústria e depois ao Estado, no final do ano, como está a fazer agora, injeta umas centenas de milhões de euros para pagar a dívida”.

“Isto também não faz grande sentido, porque esta dívida também tem custos financeiros”, acrescentou o responsável, explicando: ”a indústria quando tem dívida mas precisa mesmo de receber dinheiro, vai-se financiar junto da banca e esses financiamentos têm custos que depois se vão repercutir em preço, mais à frente”.

Por isso, defende ajustamentos no financiamento dos hospitais para que estes continuem a conseguir pagar a inovação que surge todos os anos.

Lembrou que o financiamento hospitalar deve funcionar com incentivos, sublinhando: “Se nós dissermos às instituições comprem os medicamentos que nós depois cobrimos o valor que gastarem, isto não tem nenhum incentivo à eficiência”.

Para repensar esta forma de financiar, defendeu que se devia olhar para os medicamentos que estão à espera de serem aprovados pelo Infarmed e analisar o seu custo provável no ano seguinte e quantos doentes haverá a tratar com estes fármacos inovadores.

“Com isto nós podemos já estimar qual vai ser o impacto nas nossas contas e ter já isto em conta no financiamento do próximo ano”, afirmou, explicando: “Mantínhamos isto na lógica da capitação, e assim os hospitais tinham de continuar a ser eficientes porque senão tinham prejuízos, mas apesar de tudo o desequilíbrio era mitigado com esta ideia de ter em conta já os medicamentos inovadores que vão ter de entrar no próximo ano”.

Além do financiamento dos hospitais, disse que na conferência que integra a apresentação do Índex Nacional de Acesso ao Medicamento Hospitalar, que será hoje divulgado, o corte de 10% que o Governo quer impor nos bens e serviços na área da Saúde será um dos temas que “estará a pairar” no debate.


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