
“Sem poder local forte tudo o mais é como um edifício sem alicerces”: Marcelo apela ao voto
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, deixou este sábado a sua última mensagem aos portugueses sobre eleições autárquicas, apelando ao voto num sufrágio historicamente marcado por elevados níveis de abstenção.
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No discurso gravado, Marcelo lembrou que “amanhã é dia de voto” para as autarquias, a que chamou “a cidadania, a democracia da maior proximidade, a funcionar”. O presidente termina o seu segundo mandato em janeiro de 2026.
Marcelo sublinhou que nunca houve tantas listas concorrentes aos vários órgãos autárquicos e destacou a coincidência de múltiplos atos eleitorais num único ano, fenómeno que só se verificou em 1976, 1979 e 1980, no período inicial da democracia portuguesa.
O chefe de Estado considerou a campanha eleitoral das últimas duas semanas como “pacífica e civilizada”, com foco nos temas locais, e defendeu que esse ambiente reforça a legitimidade e a necessidade do voto.
“Fica evidente, e esta é uma razão adicional para o voto de amanhã, que os próximos quatro anos serão decisivos para os dinheiros de Bruxelas”, afirmou, referindo-se aos fundos do PRR (dos quais faltam ainda chegar aos beneficiários finais mais de 13 mil milhões de euros) e ao Portugal 2030, com um total de mais 23 mil milhões de euros.
“Boa parte destes elevadíssimos recursos passará pelo poder local”, lembrou o Presidente.
Marcelo alertou que não votar é abdicar de influenciar decisões sobre áreas essenciais do quotidiano. “Unidades de saúde, escolas, habitação, transportes, segurança, caminhos, estradas, ambiente” são alguns dos exemplos que deu.
O chefe de Estado considerou que este é um momento único: “Neste ano, 2025, não votar é renunciar a uma oportunidade única de beneficiar de uma situação financeira que é irrepetível”.
Evocando a sua própria experiência autárquica, Marcelo sublinhou a centralidade do poder local. “Sem poder local forte tudo o mais é como um edifício sem alicerces, uma árvore sem raízes, um poder com menos poder, ou mesmo sem poder nenhum de base essencial para a democracia”, afirmou.
“Por isso vos dirijo este apelo insistente: amanhã votem, por vocês próprios, pelas vossas famílias, pelas vossas comunidades, pelo vosso futuro”, concluiu. “No fundo, votem por Portugal, que sois todos vós.”
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