
“São bairros onde falta quase tudo”: a tarde de João Ferreira a ouvir reclamações de moradores
“Cuidado com a tomada!”
Seguimos pelas escadas rumo ao primeiro andar e a uma demonstração das precárias condições em que há lisboetas a viver. No interior da casa onde mora o “Senhor Baião” as paredes acinzentadas estão a ser destruídas pela humidade. Todos os dias é com a ajuda de toalhas que tenta ensopar o chão. A água está tão próxima da eletricidade que João Ferreira é obrigado a avisar: “cuidado com a tomada!”
“O tipo de intervenção que está a ser feita nalguns dos bairros delimita-se a fachadas e coberturas, nalguns casos também janelas, mas descura completamente o interior”, reforça preocupado com as “muitas situações de insalubridade que põem em casa a saúde das pessoas”.
Dizendo-se esquecidos pela autarquia, Ferreira vai encontrando muitos moradores queixosos. Garantem pagar as rendas à Câmara, mas, na hora da verdade, não veem a ajuda chegar para resolver os problemas. “Eles na Câmara querem é as rendas, agora arranjarem as casas não arranjam eles”, grita uma pessoa em protesto na rua.
Um novo prédio é visitado. A realidade repete-se. Mais dois elevadores estragados e um residente que denuncia o caso pessoal ao candidato: “acabámos de sair de um prédio com nove andares, com pessoas acamadas, idosas, e que não tinha nenhum elevador a funcionar”.
João Ferreira afirma que todos em Lisboa teriam a ganhar se não se registassem situações como as vividas no Bairro da Cruz Vermelha. Promete, sendo eleito, fazer mais por quem aqui está. “Falta quase tudo, mas não faltam recursos a Câmara Municipal para intervir sobre esta realidade e isso é que é contraditório”.
Por fim, para fechar a tarde, denuncia ainda uma espécie de incompreensível “por um, pagam todos”. Nas palavras do cabeça-de-lista da CDU: “Aquilo que acontece é que há uma atitude do poder municipal muito frequente de quase punir coletivamente estes bairros porque houve algum morador que resolveu cometer um ato de vandalismo”.
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