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Paralisação na saúde expõe fosso entre balanço sindical e dados hospitalares

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A greve dos trabalhadores da saúde revela uma discrepância gritante nos números de adesão. Enquanto o sindicato fala em 80% de participação, os dados oficiais de unidades como Santa Maria e Pulido Valente mostram valores significativamente inferiores

A paralisação de quinta-feira no setor da saúde ficou marcada por um desencontro de números que dificulta aferir o seu real impacto. O Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Serviços e de Entidades com Fins Públicos (STSS) não poupou adjetivos para classificar o protesto como um sucesso, com a secretária-geral Matilde Pereira a afirmar, sem meias palavras, que a adesão rondou os 80%. “Existem serviços que estão completamente parados”, disse à Lusa, num balanço feito ao final do dia.

Contudo, os dados oficiais contabilizados em duas unidades hospitalares de Lisboa contam uma história diferente. No Hospital de Santa Maria, a adesão ficou-se pelos 20%, enquanto no Pulido Valente cerca de 40% dos trabalhadores aderiram ao protesto. Esta disparidade lança um manto de incerteza sobre a dimensão real de um protesto que visou hospitais, centros de saúde e institutos públicos.

Do lado sindical, Matilde Pereira não se limitou aos números. Acusou as chefias de tentarem desencorajar a participação, alegando que terão informado os colaboradores de que a greve “não seria de todo validada”. Uma prática que, se confirmada, poderá alimentar novo conflito.

O caderno reivindicativo que levou os profissionais para a rua era vasto e espelhava um mal-estar acumulado. No centro das exigências estava a valorização das carreiras, com um pedido concreto de reposição de pontos para progressão na carreira. A contratação de mais pessoal efetivo surgiu como outra bandeira, vista como a única forma de travar a rotina de turnos suplementares e jornadas de 16 horas consecutivas. Os técnicos auxiliares e os enfermeiros exigiram ainda o pagamento de um subsídio de risco. A terminar, o sindicato apontou o dedo aos bancos de horas, tanto individuais como grupal por adesão tácita, que desregulam a vida dos trabalhadores e, na sua ótica, beneficiam sobretudo os empregadores.

A greve, que também abrangeu entidades privadas com contratos com o SNS, deixa assim um rasto de números contraditórios e de reivindicações por responder, num setor que continua a pedir mudanças com urgência.

NR/HN/Lusa

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