O risco de doenças oculares aumenta durante a transição da menopausa

Muitos sintomas, como ondas de calor e secura vaginal, estão comumente associados à transição da menopausa. Um dos sintomas menos conhecidos que piora na meia-idade são os olhos secos. Um novo estudo sugere que as mulheres na pós-menopausa apresentam uma maior prevalência de doença do olho seco do que as mulheres na perimenopausa.

Os resultados do estudo foram apresentados na Reunião Anual de 2025 da The Menopause Society, realizada em Orlando de 21 a 25 de outubro.

A doença do olho seco é uma doença relativamente comum, caracterizada por os olhos não fornecerem lágrimas suficientes ou por as lágrimas evaporarem muito rapidamente. Isso causa secura e desconforto e, se não for tratado, infecções oculares e danos à superfície dos olhos. Pacientes com olho seco geralmente se queixam de sensação de secura, areia ou queimação, além de vermelhidão e inflamação.

Os fatores de risco conhecidos para a doença do olho seco incluem idade, alergias e doenças autoimunes, entre outros. Alguns medicamentos também podem aumentar os riscos, incluindo prescrições comuns para hipertensão e depressão. Também foi demonstrado que os esteróides sexuais desempenham um papel na produção de lágrimas.

Um novo estudo transversal de observação analítica envolvendo mais de 3.500 mulheres com idade média de 52 anos foi projetado para avaliar os insights, sintomas e prevalência da doença do olho seco em mulheres na pré e pós-menopausa usando o questionário Ocular Surface Disease Index (OSDI).

Um objetivo adicional foi investigar a relação entre olho seco e menopausa como potencial fator de risco, bem como histórico de doença autoimune, uso de tabaco e uso de lentes.

A prevalência da doença do olho seco de acordo com o período da menopausa revelou que 57,38% das mulheres na menopausa tinham a doença em comparação com 53,22% das mulheres na pré-menopausa com base nos escores do OSDI.

“Como resultado deste estudo, os médicos deveriam adicionar a doença do olho seco aos seus questionários de rotina”, diz Debora Yankelevich, autora principal do Hospital de Clínicas José de San Martin em Buenos Aires, Argentina.

Estas descobertas destacam a necessidade de uma maior sensibilização e educação sobre a doença do olho seco, para que possa ser diagnosticada e tratada antes que surjam complicações mais graves.

“É importante descobrir a influência do envelhecimento e dos hormônios na saúde. Estamos aprendendo mais sobre as mudanças na saúde ocular em mulheres de meia-idade. A detecção precoce da doença do olho seco permite uma intervenção oportuna com tratamentos personalizados para preservar o conforto, a qualidade da visão e a saúde da superfície ocular”, disse a Dra. Stephanie Faubion, diretora médica da The Menopause Society.