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Nova Unidade de Insuficiência Cardíaca de Viseu quer travar internamentos

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A Unidade Local de Viseu Dão-Lafões inaugurou uma estrutura dedicada a doentes cardíacos. O objetivo é um acompanhamento mais próximo, que aumente a adesão à terapêutica e reduza a pressão sobre os serviços de urgência

A Unidade de Insuficiência Cardíaca Ambulatorial (UICA) da Unidade Local de Saúde de Viseu Dão-Lafões (ULSVDL) abriu portas a 8 de outubro, numa resposta clínica que mira uma das patologias mais silenciosas e incapacitantes. A unidade, que nasce de uma parceria entre os Serviços de Cardiologia e de Medicina Interna, propõe-se a mudar o paradigma do seguimento destes doentes, tantas vezes condenado a uma sucessão de crises e visitas ao hospital.

A sua criação não é um mero capricho administrativo. Espelha antes a dura realidade epidemiológica da região. O estudo Porthos, que escavou números nacionais, concluiu que cerca de 17,9% da população no Centro do país vive com insuficiência cardíaca. O dado mais cru, porém, é que nove em cada dez dessas pessoas ignoram por completo a condição que as aflige. É uma doença que se instala sem fazer ruído, até ao momento em que despoleta uma emergência.

É precisamente esse ciclo de descompensações – com o seu cortejo de falta de ar, edemas e idas a correr para as urgências – que a equipa da UICA quer quebrar. A unidade é composta por dois cardiologistas, um internista e uma equipa de enfermagem dedicada, um desenho que permite um olhar mais abrangente sobre um doente frequentemente polimedicado e com outras patologias associadas. A ideia de fundo é simples: acompanhar em vez de apenas reagir.

Os frequentadores da nova unidade terão um contacto mais direto com a equipa, um fio condutor que se espera que lhes dê maior autonomia e, não menos importante, uma melhor adesão aos tratamentos. A insuficiência cardíaca figura como a principal causa de internamento em pessoas com mais de 65 anos, um peso brutal para o sistema e um desgaste profundo para quem vive com a doença. O impacto na qualidade de vida é, tantas vezes, um dado adquirido e pouco discutido.

A inauguração da UICA reforça, assim, um compromisso público com a gestão integrada das doenças crónicas. Coloca o acompanhamento ativo no centro da estratégia, tentando inverter uma lógica de sobrevivência que tem caracterizado a abordagem a estas patologias de evolução prolongada. O sucesso medir-se-á, no futuro, pela redução de episódios agudos e pela capacidade de devolver dias com qualidade aos seus utentes.

PR/HN

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