
Muda o nome e muda o chefe: INEM passa a ANEM e Cabral deverá substituir Janeiro
A ministra da Saúde comunicou ao presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) que não irá mantê-lo no cargo. Para o suceder, o mais apontado é Luís Cabral, antigo secretário regional da Saúde dos Açores (entre 2012 e 2016) — um nome que poderá gerar contestação interna.
Ana Paula Martins e Sérgio Janeiro terão conversado durante a noite de quinta-feira, segundo avançou o jornal Público..
Mas poderá haver mais mudanças no instituto. De acordo com a RTP, o INEM mudará de nome, passando a designar-se Autoridade Nacional de Emergência Médica (ANEM).
Contactado pela Renascença, o gabinete de Ana Paula Martins esclarece que “não houve uma demissão do presidente do INEM”, ao contrário de notícias iniciais. Sobre o sucessor de Janeiro — a Renascença quis saber se se confirma que será Luís Cabral — o Ministério da Saúde refere apenas que, “na sequência de um concurso aberto pela CReSAP, com vista ao recrutamento e seleção do presidente do INEM, foi escolhido um dos três candidatos validados durante este procedimento”.
Os três nomes já são conhecidos e são: Sérgio Janeiro, Nélson Pereira e Luís Cabral.
A decisão terá sido tomada após uma reunião, na noite de quinta-feira, entre Ana Paula Martins e Sérgio Janeiro, que teve como objetivo formalizar a saída deste do Conselho Diretivo do INEM. O até agora presidente foi chamado ao Ministério da Saúde pelas 19h00.
Até à posse do novo presidente, Alexandra Ferreira, vogal do conselho diretivo, assumirá as funções de forma interina a partir de 3 de novembro.
A verificar-se a nomeação de Luís Cabral, esta terá ainda de ser ratificada em Conselho de Ministros.
Possível regresso dos protestos no INEM
Os trabalhadores dizem não entender a destituição de Sérgio Janeiro da direção do instituto e muito menos entendem a possível nomeação de Luís Cabral para o substituir.
À Renascença, Rui Lázaro, do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar, admite uma forte contestação se tal se concretizar.
“É o que se perspetiva! Aliás, no início desta semana, enviamos uma carta ao primeiro-ministro com conhecimento da senhora ministra, a dar nota disso mesmo, que caso seja nomeado e seja apresentado Luís Cabral, coloca em causa as condições que temos para negociar com o Governo. Retornaremos com certeza ações reivindicativas”, declara.
Rui Lázaro diz que nas negociações que existem com o Governo já só falta chegar a consenso sobre a melhor forma de prestar cuidados de saúde, já que a tabela salarial está negociada.
“Já temos renegociada, neste momento, a nossa tabela salarial, e o que reivindicamos é condições para prestar os melhores cuidados aos portugueses”, adianta.
Divergências sobre o modelo de emergência médica
Para este responsável as ideias de Luís Cabral, concretizadas nos Açores, onde foi secretário regional da Saúde, são contrárias ao que está a ser negociado com o Governo. Para Rui Lázaro a sua nomeação seria regredir no que já foi negociado com Ana Paula Martins.
“Luís Cabral tem defendido posições que baseiam a emergência médica mais na prestação por enfermeiros, exatamente como o modelo que colocou no terreno, nos Açores. É um modelo que é demorado, causa constrangimentos ao serviço e é excessivamente caro. Demora não só na triagem, como demora também a enviar os meios adequados para cada ocorrência”, explica.
“O país não é uma ilha para que possamos andar a fazer experiências para ver como corre. Os modelos internacionais com provas dadas são claros, são óbvios. É esse modelo que temos seguido com o Governo, com a ministra da Saúde. Não podemos agora a regredir naquilo que evoluímos no último ano e meio”, defende.
Rui Lázaro diz ainda que já para a semana vai questionar o Governo sobre a possibilidade de Luís Cabral ser o próximo presidente do INEM.
(Notícia atualizada às 16h47)
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