
“Ministra da Saúde não tem condições para lidar com o SNS”, diz Carneiro

O secretário-geral do Partido Socialista (PS), José Luís Carneiro, disse esta quarta-feira que a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, “perdeu a autoridade política” para continuar no cargo. “A ministra da Saúde não tem condições para lidar com o Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, afirmou Carneiro numa conferência de imprensa na sede nacional do partido.
José Luís Carneiro reagiu ao estado da saúde em Portugal com “estupefação” e desafiou o primeiro-ministro, Luís Montenegro, a demitir a ministra.
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“Compete ao primeiro-ministro comunicar à ministra da Saúde, com gentileza, que ela já deixou de o ser”, sugeriu Carneiro, reencaminhando a responsabilidade para Montenegro: “É o primeiro e único responsável.”
“Quem tem condições para lidar com o SNS é o primeiro-ministro”, reforçou. Perante isto, José Luís Carneiro disse que a pasta da Saúde tem de ser avaliada de uma outra forma e que é neste momento que Montenegro “vai ter de mostrar o que vale para responder às necessidades da habitação, saúde e rendimentos para que as pessoas possam avaliar”.
O PS mostrou, na voz de Carneiro, uma “profunda indignação” com a gestão do departamento da Saúde nas mãos de Ana Paula Martins.
“É de uma gravidade inaudita”: Carneiro reage aos cortes anunciados no SNS
O jornal “Público” avançou na manhã desta quarta-feira que os administradores hospitalares do SNS receberam indicações do executivo para cortarem na despesa, mesmo que isso implique abrandar consultas e cirurgias, mas também a aquisição de bens e serviços. Tal instrução da Direção Executiva do SNS pretende reduzir os gastos com medicamentos e contratação de pessoal.
Carneiro vê esta solução do executivo como uma ameaça à produtividade e eficiência do SNS, aumentando os tempos de resposta aos utentes.
Após ler a notícia sobre o executivo do SNS, José Luís Carneiro disse que “é de uma gravidade inaudita” ponderar uma quebra de investimento no setor da Saúde, “tendo em conta a gravidade em que já se encontrava o SNS”.
O secretário-geral do PS surpreendeu-se com os dados partilhados de que há “mais de um milhão de portugueses sem médico de família”, sem contar com os que ainda estão “à espera da primeira consulta”. Recordou ainda o caso “inconcebível” das grávidas “andarem terra em terra” por urgências encerradas, comentando que “não é uma normalidade”.
No entanto, contactada pela Renascença, a Direção Executiva do SNS esclareceu que “o conteúdo da notícia avançada pelo jornal Público não corresponde ao que foi discutido na reunião” e acrescentou ainda que “não se vai pronunciar sobre reuniões internas”.
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