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Hospitais públicos gastam mais de 727 mil euros por dia com médicos tarefeiros

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O Estado português gasta, em média, mais de 727 mil euros por dia com médicos tarefeiros, contratados à tarefa para garantir o funcionamento de serviços hospitalares. O Algarve lidera a despesa nacional, com uma fatura que ultrapassa os 14 milhões de euros apenas nos primeiros oito meses do ano. Entre janeiro e agosto, o valor total pago a estes profissionais atingiu 174 milhões de euros, segundo dados da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) divulgados pela CNN Portugal.

A Unidade Local de Saúde (ULS) do Algarve gastou 14.148.258 euros, o equivalente a 59 mil euros diários, sendo a entidade com maior despesa em todo o país. Seguem-se a ULS do Médio Tejo, com mais de nove milhões de euros, e a ULS do Oeste, que pagou oito milhões. Para evitar fechos de serviços, o recurso aos tarefeiros tem sido frequente, permitindo manter as urgências a funcionar, mas gerando um impacto financeiro crescente.

A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, já anunciou que pretende travar estes custos e prepara a aprovação, em Conselho de Ministros, de novas regras para a contratação de tarefeiros. Esta terça-feira, a governante reúne-se com os sindicatos médicos para debater esta questão e discutir também a criação da nova Urgência Regional de ginecologia e obstetrícia da Península de Setúbal. Só nesta região, os três hospitais — Almada, Barreiro e Setúbal — gastaram cerca de 14 milhões de euros com tarefeiros, sobretudo nesta especialidade.

Entre as unidades com maiores despesas destaca-se o Hospital de Setúbal, integrado na ULS da Arrábida, que pagou mais de 7,6 milhões de euros. A ULS de Almada, onde se inclui o Hospital Garcia de Orta, registou 4,3 milhões, e a do Barreiro 2,5 milhões. Também o INEM recorreu a este tipo de contratação, gastando 1,8 milhões de euros. Fonte oficial da ACSS justifica que “o recurso ao trabalho suplementar e à contratação de serviços externos permite manter o funcionamento regular dos serviços em alturas de maior procura de cuidados de saúde”.

Os valores pagos variam de forma significativa: enquanto a ULS do Alto Minho paga 21 euros por hora, a do Alto Alentejo chega aos 57 euros, o que representou um custo de 7,8 milhões de euros em oito meses. No Algarve, cada hora de trabalho foi remunerada a 45 euros, totalizando mais de 313 mil horas contratadas. No extremo oposto, a ULS de Coimbra gastou apenas 642 mil euros e a ULS de Santo António, no Porto, 938 mil.

O Governo defende que as novas regras vão reduzir a dependência de tarefeiros e reforçar a estabilidade de profissionais no Serviço Nacional de Saúde. Contudo, os sindicatos médicos alertam que o problema não será resolvido sem melhores condições de trabalho e remunerações competitivas, lembrando que a precariedade e a sobrecarga laboral continuam a afastar médicos do sistema público.

Fonte: Lifestyle Sapo

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