
Greve dos médicos com forte impacto no Alentejo: cirurgias suspensas e centros de saúde parados
A greve nacional dos médicos está a ter um impacto significativo em várias unidades de saúde do Alentejo. A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) estima uma adesão de cerca de 80% à paralisação, que está a afetar consultas e cirurgias em toda a região.
No Hospital Doutor José Maria Grande, em Portalegre, não se realizou qualquer cirurgia. Várias unidades de saúde familiar (USF) do Alentejo também aderiram à greve, provocando a suspensão de consultas programadas e perturbações no atendimento diário.
Consultas suspensas e blocos operatórios encerrados
Segundo a FNAM, muitos blocos operatórios estão encerrados e apenas funcionam os serviços mínimos. As consultas nos centros de saúde e nos hospitais foram amplamente afetadas, tanto no interior como nas capitais de distrito alentejanas.
A greve decorre em simultâneo com a paralisação da Frente Comum da Administração Pública, que envolve também professores, enfermeiros e outros trabalhadores do Estado.
Médicos acusam Governo de falta de diálogo
A presidente da FNAM, Joana Bordalo e Sá, acusou o Governo de falta de diálogo e criticou a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, por alegada inação face às reivindicações da classe médica, em declarações à agência Lusa.
Segundo a dirigente sindical, o executivo está a impor medidas sem negociação, nomeadamente a mobilidade forçada nas urgências regionais, que poderá afetar gravemente os cuidados de saúde de proximidade — um problema particularmente sentido em regiões do interior como o Alentejo.
Críticas à ministra da Saúde e pedido de demissão
Joana Bordalo e Sá afirmou que a ministra “faltou à verdade” no parlamento, ao garantir que a mobilidade forçada não seria implementada. A sindicalista considera que Ana Paula Martins não tem condições para continuar no cargo, pedindo a sua substituição imediata.
A FNAM acusa ainda o Governo de ter desrespeitado o processo negocial, alegando que os diplomas em discussão foram aprovados sem diálogo real com os sindicatos.
Reunião marcada com o Ministério da Saúde
Durante a tarde, está agendada uma reunião ‘online’ entre a FNAM e o Ministério da Saúde, embora a federação admita desconhecer os temas em discussão.
Entretanto, a greve deverá manter-se com forte adesão em todo o país, incluindo nos distritos de Portalegre, Évora e Beja, onde se preveem novos constrangimentos no funcionamento dos serviços de saúde.






