
EUA. “Shutdown” causa atrasos nos aeroportos por falta de funcionários

A falta de controladores de tráfego aéreo nos Estados Unidos, que estão sem salário devido à paralisação governamental em curso, está a causar atrasos em aeroportos em todo o país, com os de Los Angeles e Newark a serem dos mais afetados.
O Aeroporto Internacional de Los Angeles, na Califórnia (oeste), esteve hoje interrompido por um breve período, devido a falta de pessoal, repetindo-se uma situação já registada no domingo, quando durante cerca de duas horas os aviões com destino à cidade norte-americana foram retidos na origem.
A Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) relatou atrasos de voos relacionados com falta de pessoal nos aeroportos de Newark, no estado de Nova Jérsia (leste), e em Dallas e Austin (sul).
O secretário dos Transportes, Sean Duffy, alertou no fim de semana para um aumento dos voos atrasados e cancelados, dado que os controladores de tráfego aéreo do país estão a trabalhar sem remuneração desde início da paralisação, há quase um mês.
Durante uma aparição num programa na cadeia de televisão Fox News, Duffy afirmou que cada vez mais controladores estão a entrar de baixa, com as preocupações financeiras a somarem-se ao desgaste do trabalho.
“E isso é um sinal de que os controladores estão a esgotar-se”, disse Duffy.
A maioria dos controladores continua a fazer horas extraordinárias obrigatórias seis dias por semana durante a paralisação, sem remuneração, informou hoje a Associação Nacional de Controladores de Tráfego Aéreo.
Os membros do sindicato deverão reunir-se na terça-feira nos principais aeroportos, incluindo Nova Iorque e Atlanta, para distribuir panfletos aos passageiros detalhando como a paralisação está a ter um impacto negativo no sistema de aviação e nos trabalhadores que o mantêm a operar.
Na semana passada, o sindicato e alguns aeroportos ofereceram-se para ajudar a ligar os controladores a bancos alimentares ou outras formas de assistência para os ajudar a ultrapassar as dificuldades financeiras.
Antes da paralisação, a FAA já estava a lidar com uma escassez de cerca de 3.000 controladores de tráfego aéreo.
As companhias aéreas e os principais sindicatos do setor têm pressionado o Congresso para chegar a um acordo para pôr fim à paralisação.
Em Washington, o Senado tem sucessivamente falhado a aprovação de uma resolução de financiamento para pôr fim à paralisação parcial do Governo, iniciada a 01 de outubro.
Esta resolução de financiamento já foi aprovada na câmara baixa do Congresso, também de maioria republicana.
Os democratas condicionam o seu voto favorável à negociação prévia da manutenção de benefícios de saúde para pessoas de rendimentos mais baixos, que expiram este ano.
Os republicanos insistem em aprovar o projeto de lei tal como está e recusam negociar, argumentando, sem provas, que o programa de saúde, conhecido como Obamacare, beneficia os imigrantes indocumentados.
A paralisação do governo já levou ao despedimento de centenas de funcionários federais, ordenado pela Casa Branca, e provocou congestionamentos na fronteira com o México.
Paralelamente, a Casa Branca avançou com cortes de dezenas de milhares de milhões de dólares em apoios federais a projetos em estados de maioria democrata, que tem ameaçado aumentar se a proposta republicana não for aprovada.
Os democratas no Congresso têm rejeitado o que qualificam de “táticas de intimidação” da Casa Branca, incluindo ameaças de despedimentos de funcionários públicos, para forçá-los a votar favoravelmente a lei republicana de financiamento ao estado.
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