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Estudo lança luz sobre o papel da genética no peso corporal

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Estudo ajuda a entender o papel da genética no peso corporal

Foto ilustrativa. Crédito: Universidade de Tartu, Instituto de Genômica

A taxa de obesidade tem aumentado constantemente, assim como os esforços científicos para entender o porquê. Um novo estudo, publicado em Comunicações da Naturezaanalisa mais de perto os genes por trás do peso corporal e como eles podem apontar para futuros tratamentos para a obesidade.

Durante décadas, os cientistas procuraram um único “gene da obesidade”. Contudo, a investigação indica agora que a obesidade é uma característica complexa, moldada pelos efeitos combinados de muitos genes, cada um com uma pequena contribuição, e influenciada pelo estilo de vida e pelo ambiente. Para medi-lo, os pesquisadores usam o índice de massa corporal (IMC), uma proporção simples de altura e peso que categoriza os indivíduos de baixo peso a obesos. Embora o IMC não leve em consideração fatores como massa muscular, idade ou tipo corporal, ele serve como um indicador inicial útil para saber se o peso de uma pessoa está dentro de uma faixa saudável.

O novo estudo analisou dados de IMC de 204.747 participantes estonianos, excluindo valores extremos e concentrando-se em adultos jovens. Um autor do estudo, o pesquisador de genômica funcional Erik Abner, explicou que a análise se concentrou no índice de massa corporal (IMC) mais jovem relatado de doadores de genes, já que as influências genéticas tendem a se manifestar mais claramente em uma idade jovem.

“À medida que as pessoas envelhecem, os factores ambientais, como a dieta, as doenças associadas e o estilo de vida, começam a desempenhar um papel mais importante”, acrescentou.

A equipe de pesquisa realizou um estudo de associação genômica ampla (GWAS), escaneando milhões de marcadores genéticos para identificar variantes ligadas ao peso corporal. Ao utilizar dados de referência genética específicos da população da Estónia, conseguiram detectar efeitos subtis que os estudos globais muitas vezes ignoram.

A obesidade não se trata apenas de calorias ou força de vontade

Embora os estónios sejam geneticamente bastante semelhantes a outros europeus, o estudo revelou características únicas que desempenham um papel significativo no apetite e no peso corporal. Segundo Abner, isto sugere que variações genéticas específicas da região podem influenciar tanto os riscos para a saúde como as respostas ao tratamento.

Os investigadores identificaram uma variante genética no gene MC4R associada ao menor índice de massa corporal (IMC), encontrada em 3,5% dos estonianos. Segundo Erik Abner, isso significa que indivíduos com essa variante tendem a ter menor apetite e, consequentemente, menor peso corporal.

Por outro lado, uma variante do gene POMC foi encontrada em 0,85% dos estonianos. Embora mais raro, está associado a um peso corporal significativamente maior. Os portadores desta variante produzem menos hormônios supressores do apetite no cérebro, levando a um início mais lento da saciedade e ao aumento da fome. Para a mulher estónia média, esta variante aumenta o peso em aproximadamente três quilos e, para os homens, em pouco mais de um quilo.

Curiosamente, Abner aponta que uma variante semelhante foi identificada em Labrador Retrievers. Estudos mostram que aumenta o apetite e torna as recompensas especialmente motivadoras – uma das razões pelas quais os retrievers são mais propensos à obesidade do que outras raças de cães. Com base neste exemplo canino, é razoável supor que a variante encontrada nos estonianos aumenta de forma semelhante o apetite e reduz a saciedade nos humanos.

O estudo também revelou que os genes relacionados ao sistema nervoso e ao comportamento desempenham um papel fundamental na formação do IMC. Pela primeira vez, os investigadores encontraram uma ligação entre o peso corporal e os genes ADGRL3 e PTPRT – que influenciam a função cerebral e a comunicação neural.

Esses genes já foram associados a distúrbios de atenção e capacidade de aprendizagem, mas agora parecem afetar também o peso corporal. Abner sugere que o seu mecanismo pode envolver a regulação das hormonas do apetite, tornando-as alvos potenciais para futuros medicamentos anti-obesidade.

Estudos futuros

Segundo os pesquisadores, estudos como esse nos aproximam de soluções médicas personalizadas. As descobertas ajudam a explicar por que alguns indivíduos têm uma predisposição genética mais forte para o ganho de peso e por que a mesma dieta ou tratamento não funciona igualmente para todos. Os genes identificados oferecem novos alvos para o desenvolvimento de medicamentos anti-obesidade e podem eventualmente permitir que os tratamentos sejam adaptados ao perfil genético de uma pessoa.

Atualmente, a equipa de investigação está a lançar um estudo de acompanhamento para investigar como os medicamentos modernos para a obesidade, como os que contêm semaglutida, afetam os indivíduos com estas variantes genéticas específicas. Como a semaglutida influencia os hormônios reguladores do apetite, sua eficácia pode variar dependendo da composição genética do paciente. Este conhecimento poderá ajudar os médicos a tomar decisões de tratamento mais precisas e geneticamente informadas no futuro.

Mais informações:
Erik Abner et al, Caracterização de variantes genéticas prevalentes no índice de massa corporal do Estonian Biobank GWAS, Comunicações da Natureza (2025). DOI: 10.1038/s41467-025-64006-9

Fornecido pelo Conselho de Pesquisa da Estônia

Citação: Estudo esclarece o papel da genética no peso corporal (2025, 20 de outubro) recuperado em 20 de outubro de 2025 em https://medicalxpress.com/news/2025-10-role-genetics-body-weight.html

Este documento está sujeito a direitos autorais. Além de qualquer negociação justa para fins de estudo ou pesquisa privada, nenhuma parte pode ser reproduzida sem permissão por escrito. O conteúdo é fornecido apenas para fins informativos.

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