
Cereais integrais em falta e carne em excesso afetam anos de vida saudável
O baixo consumo de cereais integrais e o elevado consumo de carne vermelha e processada são os principais fatores que contribuem para a mortalidade e perda de anos de vida saudável em Portugal, segundo dados esta quinta-feira divulgados pela Direção-Geral da Saúde (DGS).
“Em 2021, os hábitos alimentares inadequados dos portugueses foram o quinto fator de risco (5,8% do total de DALYs) que mais contribuiu para a perda de anos de vida saudável”, segundo o estudo Global Burden of Disease (GBD) divulgado esta quinta-feira no Relatório Anual 2024 do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável da DGS.
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Relativamente à mortalidade, os hábitos alimentares inadequados foram o terceiro fator de risco que mais contribuiu para o total de mortes em Portugal em 2021 (8,3%).
Segundo o estudo, os fatores de risco que mais contribuem para o total de mortes por doenças cardiovasculares, diabetes e doenças renais e neoplasias são semelhantes aos verificados para a perda de anos de vida saudável, estando o baixo consumo de cereais integrais e de fruta e os elevados consumos de carne vermelha, carne processada e de sal entre os cinco primeiros fatores de risco alimentar.
Os dados do GBD mostram ainda que o elevado consumo de bebidas açucaradas (+37,13%), de carne vermelha (+22,53%), de carne processada (+21,59%) e o baixo consumo de hortícolas (+21,51%) foram os fatores de risco onde se verificou um maior aumento na perda de anos de vida saudável entre 2000 e 2021.
O relatório da DGS, divulgado nesta quinta-feira Dia Mundial da Alimentação, destaca também os resultados de um estudo da revista The Lancet em 2024, segundo o qual Portugal conta, como fatores de risco, o índice de massa corporal elevado dos adultos, a pressão arterial elevada, o colesterol LDL elevado ou o tabagismo.
Estima-se também que em Portugal, até 2050, a prevalência de excesso de peso aumente, 29,2% nas mulheres e 32,5% nos homens, e a prevalência de obesidade aumente 52,3% nas mulheres e 77,8% nos homens face a 2021.
Relativamente à prevalência de obesidade, o relatório refere que se verificou, entre 1990 e 2021, um aumento percentual de 136,6% nas mulheres e de 214,7% nos homens entre 1990 e 2021.
Em 2050, prevê-se que se registe um aumento desta prevalência em 52,3% nas mulheres e em 77,8% nos homens, face a 2021.
O relatório também analisou a evolução da prevalência de excesso de peso e obesidade infantil em crianças em idade escolar no primeiro-ciclo na maioria dos países da região europeia, inclusive Portugal. Registou-se uma subida da prevalência de excesso de peso nos rapazes e uma diminuição nas raparigas.
O número de doentes saídos dos hospitais com registo de desnutrição, na sua maioria homens idosos, foi de 7.485 em 2023, menos 10,6% face ano anterior, segundo o mesmo relatório. Revela-se também uma diminuição de 4,17% do número de utentes saídos com registo de anorexia, sendo a maioria homens idosos e mulheres jovens, entre os 19 e os 39 anos.
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