
“Agenda trans woke”. Elon Musk apela a boicote da Netflix
Já não é a primeira vez mas, agora, o impacto pode sentir-se no bolso: Elon Musk – da Tesla, SpaceX ou X – decidiu utilizar a rede social que comprou para apelar ao boicote da Netflix. Tudo porque, explica, a plataforma de streaming faz parte da “agenda trans woke” ao alojar uma série de animação com uma personagem trans.
As duas temporadas de “Guardiões da Mansão do Terror” (ou “Dead End: Paranormal Park”) saíram em 2022, mas só agora o magnata se apercebeu do sucedido, graças a um utilizador que o chamou a atenção para um excerto de um episódio, na passada terça-feira. Foi assim que Musk – que se tornou, nas últimas horas, a primeira pessoa do mundo a ter uma fortuna superior a 500 mil milhões de dólares (cerca de 425,4 mil milhões de euros) – embarcou no “comboio” do cancelamento da Netflix, utilizando o antigo Twitter para apoiar mais este boicote.
Esta quarta-feira, republicou uma imagem onde um desenho de um cavalo de Tróia é utilizado para retratar a Netflix a levar a “agenda trans woke” até às crianças. “Cancelem a Netflix pela saúde dos vossos filhos”, apela o multimilionário.
Musk tem 13 filhos, entre eles uma jovem mulher transgénero de 21 anos, Vivian Jenna Wilson, que o renegou. Em resposta, Musk lamentou publicamente que a filha tenha sido “morta pelo vírus mental woke”.
Plataformas de streaming na mira da “batalha cultural”
As críticas de Musk não se ficam por aqui, com o magnata a atirar farpas ao criador da série de animação, Hamish Steele, por comentários feitos sobre Charlie Kirk, e a garantir que a empresa de streaming também estaria a discriminar a raça branca com as suas políticas de diversidade e inclusão.
Outros apressaram-se a apoiá-lo, como Marjorie Taylor Greene, polémica figura do Partido Republicano e autora de projetos de lei relacionados com afirmação de género, conhecida por partilhar teorias da conspiração de extrema-direita.
Há uns dias, outro boicote foi pedido do outro lado do espectro político norte-americano: em reação à suspensão temporária do programa de Jimmy Kimmel, houve quem apoiasse ao cancelamento de outra plataforma de streaming, o Disney+. A decisão acabou por ser revertida mas não sem antes a empresa ter perdido, alegadamente, mais de 1,7 milhões de subscritores.
Desta feita, o boicote também parece estar a ter consequências: as ações da Netflix recuaram 2,34% esta quarta-feira na Bolsa de Nova Iorque… mas, desconhece-se, para já, se o fenómeno começado no X vai continuar a afetar a empresa ou se tudo não passa de mais um episódio da “batalha cultural” que se trava nos EUA e que ecoa nas redes sociais.
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