
A mudança da hora faz mal à saúde? Estudos revelam mais enfartes e acidentes

Embora haja efeitos positivos amplamente registados, como a diminuição parcial da criminalidade ao início da noite e o registo de menos acidentes rodoviários em hora de ponta – principalmente nas primeiras semanas após a mudança de hora -, o principal objetivo da mudança de hora tem cada vez menos importância – o consumo elétrico.
Isto porque, com o avançar da tecnologia e novos padrões de consumo da sociedade, o uso da eletricidade já não acontece em grande parte durante a noite – como acontecia quando a mudança de hora começou a ser adotada.
Maior risco de enfarte, distúrbio do “relógio biológico” e cansaço
Na investigação, os dados mais documentados e consensuais são os dos efeitos da mudança de horário na saúde associados a um aumento observável de doenças cardiovasculares nos dias e semanas após o atrasar ou adiantar dos relógios.
Um dos estudos aponta para um aumento na ordem dos 5% da incidência de enfarte agudo do miocárdio durante a primeira semana após a mudança de horários, enquanto outros alargam a janela de risco para as primeiras duas semanas.
Outro dos efeitos da mudança de hora – e talvez o mais visível – é a quebra do ciclo de sono e a disrupção do ritmo circadiano, a que chamamos vulgarmente de “relógio biológico”, que foi classificada pelo Centro Internacional de Pesquisa do Cancro como um elemento “potencialmente carcinogénico”, o que signifca que estas alterações de horário aumentam o risco para certos tumores, devido a uma associação próxima entre o desincronizar do nosso organismo e mecanismos promotores de cancro.
Também a saúde mental e o sono têm quebras nas semanas seguintes às diferenças horárias, levando a um aumento dos episódios de insónias, cansaço, agravamento de sintomas depressivos e maior vulnerabilidade em pessoas com transtornos psiquiátricos pré-existentes, também relacionados com a menor exposição à luz matinal.
Source link


