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Quando morrer é uma urgência

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Mesmo sem saber dar-lhe um nome, todos desejamos o mesmo: chegar ao fim com dignidade. E é nesse momento tão íntimo quanto difícil que entram em cena equipas que fazem a diferença: bombeiros, técnicos, enfermeiros e médicos das equipas de  emergência pré-hospitalar.

Costumamos associá-los a sirenes, acidentes, vidas por um fio. Mas raramente pensamos que o fim de vida também pode ser, e tantas vezes é, uma urgência. Uma urgência para quem parte e, sobretudo, para quem fica.

Morrer em casa é, para muitos, um desejo profundamente enraizado, e a evidência mostra que, em Portugal, é mesmo a vontade da maioria. No entanto, pouco se sabe sobre o que realmente acontece quando esse momento chega.

A pessoa com necessidades paliativas, que idealmente estaria a ser acompanhada por uma equipa especializada, merece mais do que rotinas protocolares: merece um plano estruturado, personalizado e digno. Quando a morte ocorre em casa, o cenário habitual é o de uma família emocionalmente vulnerável, insegura e carente de orientação clara.

Na ausência de acompanhamento por uma equipa de Cuidados Paliativos, ou na sua indisponibilidade, o recurso mais imediato tende a ser o contacto com o 112. A resposta que chega é muitas vezes composta por bombeiros, técnicos de emergência ou uma Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER). Contudo, esta resposta raramente corresponde às necessidades do momento: falta a certificação do óbito, o apoio emocional à família e a orientação prática para os passos seguintes, que deveriam ser simples, serenos e respeitadores da situação.

O que acontece, na realidade, é bem diferente. A morte é verificada, mas não certificada, uma competência que, atualmente, o INEM não pode assegurar. Segue-se, então, a necessidade de contactar as autoridades policiais, que permanecem no domicílio até à chegada de um médico do gabinete médico-legal. Frequentemente, o corpo da pessoa falecida tem de ser transportado para o hospital mais próximo, apenas para obter o documento essencial: o certificado de óbito.

Existe ainda uma solução mais fácil, embora problemática, a certificação por parte de serviços clínicos contratados por agências funerárias. Esta alternativa, que envolve custos significativos, levanta preocupações éticas e de equidade no acesso aos cuidados. Pouco justa!

É neste contexto que estudamos soluções para o Serviço Nacional de Saúde (SNS), com o objetivo de reduzir intervenções fúteis e evitáveis, garantir respostas humanizadas e criar mecanismos mais eficazes de coordenação. Entre elas, destacamos a necessidade de um “bilhete de identidade paliativo”, que associe doentes a equipas de Cuidados Paliativos e assegure a implementação das melhores práticas. E por fim, o reconhecimento de que o último dia de vida merece o mesmo cuidado, atenção e respeito que o primeiro, no local e na forma que cada pessoa escolheu.

 

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Fonte: Saúde Online

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