
Luta contra a pobreza. Compromisso de Sevilha tenta responder a “catástrofe” criada por Trump
O novo Compromisso de Sevilha é um sinal de esperança após a “catástrofe” criada pelos cortes dos Estados Unidos na ajuda aos países em desenvolvimento, numa altura de grande crescimento do protecionismo.
A ideia é defendida em declarações à Renascença por Ana Patrícia Fonseca, da Fundação Fé e Cooperação (FEC), no rescaldo da 4.ª Conferência sobre Financiamento para o Desenvolvimento (Ff4D), que terminou na quinta-feira, em Sevilha.
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O Compromisso de Sevilha “manifesta a vontade de 192, dos 193, Estados-Membro da Organização das Nações Unidas de reavivar o multilateralismo e a Cooperação Internacional”.
Ana Patrícia Fonseca considera que se trata de “um ponto positivo neste tempo de grande fragmentação e polarização social e de grande crescimento do protecionismo”.
A chamada Plataforma de Sevilha para a Ação vai tentar concretizar os compromissos políticos, para tentar retirar 700 milhões de pessoas da pobreza extrema.
“Todas as expectativas no curto prazo estão nesta Plataforma de Sevilha onde estão os diferentes governos e Estados a nível mundial, onde também podem participar as organizações da sociedade civil”, refere a dirigente da Fundação Fé e Cooperação.
Todos os holofotes estarão agora voltados para esta plataforma, nomeadamente “na forma como se vai concretizar o compromisso, através de ações e operacionalização concretas”.
A nova administração norte-americana, liderada pelo Presidente Donald Trump, encerrou a USAID, a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional, ao fim de seis décadas.
O fim da USAID – que apoiava programas alimentares e de saúde em todo o mundo – pode ser uma sentença de morte para 14 milhões de pessoas até 2030.
Em declarações à Renascença, Ana Patrícia Fonseca considera que “a saída dos EUA do apoio ao desenvolvimento global é uma catástrofe para os países em desenvolvimento”.
“Os EUA durante os últimos 60 anos, sozinhos, contribuíam com cerca de 25% a 30% da ajuda mundial e a sua retirada é uma catástrofe que já está a ser sentida em muitos países e em muitas vidas, nomeadamente no apoio à saúde, à segurança alimentar e à ação humanitária”, alerta a dirigente da FEC.
Ana Patrícia Fonseca considera que os próximos tempos são de preocupação e aguarda com expetativa como outros países irão chegar-se à frente para colmatar o fim do envolvimento dos EUA na luta contra a pobreza mundial.
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