Israel entra com tanques em Deir al-Balah, no centro da Faixa de Gaza

O exército de Israel usou tanques, esta segunda-feira, para entrar pela primeira vez nas zonas sul e leste da cidade de Deir al-Balah, no centro da Faixa de Gaza. Israel acredita haver reféns do Hamas mantidos em cativeiro nesta zona, repleta de palestinianos que fogem a 21 meses de guerra.

Israel emitiu, horas antes, ordens de evacuação nesta área, afirmando querer destruir infraestrutura e capacidades militares do Hamas. Os disparos na área atingiram casas e mesquitas, matando pelo menos três palestinianos e ferindo vários outros — o número de feridos não foi concretizado.

Segundo a atualização diária do Ministério da Saúde de Gaza, pelo menos 130 palestinianos foram mortos, e mais de mil ficaram feridos, devido aos ataques militares e disparos das forças israelitas nas últimas 24 horas.

O ataque desta segunda-feira é mais um caso de uma área previamente considerada de refúgio na Faixa de Gaza deixar de o ser. Segundo as Nações Unidas, através da agência para os refugiados palestinianos, pouco mais de um décimo do território da Faixa de Gaza permanece acessível à sua população.

Segundo a Reuters, fontes israelitas apontam que o exército teria evitado entrar, até agora, em Deir al-Balah, por suspeitar que o Hamas tivesse reféns detidos nessa localidade. Acredita-se que pelo menos 20 dos 50 reféns do Hamas que continuam em Gaza estão vivos.

As famílias dos reféns já mostraram preocupação acerca dos mais recentes desenvolvimentos, e pediram explicações e informações sobre a sua proteção ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, ao ministro da Defesa Israel Katz e ao chefe do exército.

Em comunicado, o Fórum das Famílias dos Reféns afirmou que “o povo de Israel não vai perdoar ninguém que conscientemente coloque em perigo os reféns — tanto os vivos como os mortos. Ninguém vai poder afirmar que não sabia o que estava em causa”, apontaram.

Os avisos para um potencial onda de “mortes em massa” devido à fome têm vindo a aumentar. Desde sábado, são conhecidas 19 mortes por fome, segundo o Ministério da Saúde em Gaza.