
Gaza. Bebés prematuros partilham incubadoras no Al Shifa devido à crise energética
A crise energética nos hospitais de Gaza está a atingir níveis alarmantes, com médicos a alertarem para a possibilidade de encerramento total das unidades de saúde.
No hospital Al Shifa, o maior da região, vários bebés prematuros estão a ser colocados na mesma incubadora, numa tentativa desesperada de manter os cuidados neonatais.
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Segundo o director do hospital, Dr. Mohammed Abu Selmia, a situação está fora de controlo. “Somos obrigados a colocar quatro, cinco ou, por vezes, três bebés prematuros numa única incubadora”, disse. O médico avisa que há cerca de 100 recém-nascidos em risco de vida nos hospitais de Gaza.
A escassez de combustível está a comprometer o funcionamento de equipamentos essenciais como as estações de oxigénio, os laboratórios e os bancos de sangue. “Um hospital sem oxigénio já não é um hospital. Pode transformar-se num cemitério para quem está dentro”, alertou Abu Selmia.
As autoridades de saúde de Gaza acusam o bloqueio israelita de estar na origem da crise. “A ameaça não vem de um bombardeamento ou de um míssil, mas de um cerco que estrangula a entrada de combustível”, disse o Dr. Muneer Alboursh, do Ministério da Saúde de Gaza. “Está a privar estas pessoas vulneráveis do seu direito básico à saúde”, acrescentou.
Israel afirma que cerca de 160 mil litros de combustível entraram em Gaza desde quarta-feira, mas sublinha que a distribuição não é da sua responsabilidade.
No complexo médico Nasser, em Khan Younis, os profissionais admitem que não sabem como vão manter os serviços. O hospital precisa de 4.500 litros de combustível por dia, mas só dispõe de 3.000. Médicos relatam cirurgias realizadas sem ar condicionado e com o suor a cair sobre os pacientes.
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