
Estudo revela benefícios do contacto pele com pele em prematuros desde a 28.ª semana
Investigadores noruegueses demonstram que o contacto pele com pele imediato entre mães e bebés prematuros aumenta a taxa de amamentação e reforça o vínculo, defendendo a revisão de práticas hospitalares para evitar a separação precoce.
Investigadores da Norwegian University of Science and Technology (NTNU) e do St. Olav’s Hospital, em Trondheim, concluíram que o contacto pele com pele imediato entre mães e bebés prematuros traz benefícios significativos, nomeadamente o aumento da taxa de amamentação até um ano após o nascimento. O estudo, liderado pela Professora Associada Laila Kristoffersen, do Departamento de Saúde Pública e Enfermagem da NTNU, analisou 108 bebés prematuros nascidos entre 28 e 32 semanas de gestação, comparando os resultados de grupos que tiveram contacto pele com pele com os que receberam cuidados standard em incubadora.
Segundo Kristoffersen, o contacto precoce fortalece o vínculo mãe-bebé, promove a amamentação e reduz o stress, sendo prática comum em bebés de termo, mas ainda pouco implementada em prematuros devido à necessidade de cuidados médicos imediatos. No entanto, a equipa demonstrou que mesmo bebés nascidos às 28 semanas podem beneficiar desta proximidade, sem comprometer a segurança, incluindo em partos por cesariana.
O estudo, publicado na JAMA Network Open, revela que mais mães que tiveram contacto pele com pele com os seus bebés prematuros estavam a amamentar à alta hospitalar e continuaram a fazê-lo durante o primeiro ano de vida. Kristoffersen destaca que o leite materno protege contra infeções e fornece nutrientes essenciais, sendo especialmente importante para prematuros.
Apesar de não terem sido observadas diferenças no desenvolvimento cognitivo e motor aos dois a três anos de idade, Kristoffersen sublinha que muitos fatores influenciam o desenvolvimento dos prematuros e que intervenções breves têm impacto limitado a longo prazo. O estudo também evidencia que o contacto imediato é seguro e desejado pelas mães, promovendo o sentimento de segurança e facilitando o início do vínculo afetivo.
Desde 2007, o St. Olav’s Hospital reviu os seus procedimentos para permitir o contacto pele com pele desde a 32.ª semana, tendo alargado a prática à 28.ª semana em 2014. A equipa espera que os resultados encorajem outros hospitais a adotar esta abordagem, em linha com as recomendações mais recentes da Organização Mundial de Saúde, que defendem o contacto imediato para todos os bebés prematuros.
Mais informações:
NTNU – Premature babies should have early skin-to-skin contact with their mother
JAMA Network Open – Immediate Skin-to-Skin Contact for Very Preterm Infants
Referências:
1. Kristoffersen L, Bergseng H, Engesland H, Bagstevold A, Aker K, Støen R. Skin-to-skin-to-skin contact in the delivery room for very preterm infants: a randomised clinical trial. BMJ paediatrics open. Mar 2023;7(1) doi:10.1136/bmjpo-2022-001831
2. Føreland AM, Engesland H, Kristoffersen L, Fegran L. Postpartum Experiences of Early Skin-to-Skin-to-skin contact and the Traditional Separation Approach After a Very Preterm Birth: A Qualitative Study Among Mothers. Global Qualitative Nursing Research. 2022/01/01 2022;9:23333936221097116. doi:10.1177/23333936221097116
3. Kristoffersen L, Støen R, Bergseng H, et al. Immediate Skin-to-Skin-to-skin contact in Very Preterm Neonates and Early Childhood Neurodevelopment: A Randomized Clinical Trial. JAMA Netw Open. Apr 1 2025;8(4):e255467. doi:10.1001/jamanetworkopen.2025.5467
4. Kristoffersen L, Stoen R, Hansen LF, Wilhelmsen J, Bergseng H. Skin-to-Skin Care After Birth for Moderately Preterm Infants. J Obstet Gynecol Neonatal Nurs. Apr 7 2016;doi:10.1016/j.jogn.2016.02.007
10/07/2025
NR/HN/Alphagalileo
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