
Autarca da Covilhã responsabiliza Governo sobre demora na transferência de doente
O presidente da Câmara da Covilhã, Vítor Pereira, responsabiliza o Governo no caso do doente com um traumatismo craniano grave que demorou cerca de cinco horas a ser transferido para Coimbra.
O autarca socialista acusa o executivo de não ter tratado atempadamente do concurso para a contratação de helicópteros.
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O presidente da Câmara da Covilhã lamenta o que apelida de “passa-culpas” no caso ocorrido no passado sábado. Insiste que este caso deve ter consequências e assegurar que este tipo situações não volta a acontecer.
Quem é responsável pela demora na transferência do doente?
Na minha humilde opinião, a culpa é do Governo da República, porque sabe que estes processos são muito morosos, são complicados, são difíceis e, portanto, deviam ter começado mais cedo o procedimento concursal. Neste momento, ainda estamos a aguardar a certificação dos helicópteros e dos pilotos.
O problema é o facto de não haver nenhum helicóptero da Força Aérea que, durante a noite, possa aterrar num heliporto?
Sem dúvida, porque os heliportos hospitalares não estão preparados para deixar aterrar helicópteros de grande porte, como é o caso deste da Força Aérea. Só pode, por isso mesmo, aterrar em sítios certificados, credenciados e, designadamente, em aeródromos.
E os outros helicópteros da Força Aérea disponíveis estão apenas durante o dia porque não podem operar à noite?
Exatamente. Entre as 20h00 e as 8h00 da manhã há um hiato de tempo enorme, e à noite ainda mais complicado se torna o socorro a vítimas que precisem desta urgência.
A Força Aérea não podia fazer mais, mas o Governo, na sua opinião, poderia ter feito mais?
Podia ter feito mais, lançando o concurso mais cedo. E o que eu assisto neste momento é um passo a culpas de uns para os outros, sendo que o Governo da República, em última instância, tem de assumir esta responsabilidade e tem de se tirar ilações e consequências.
O doente demorou tanto tempo a chegar a Coimbra, porquê?
Há pormenores que têm a ver com a cronologia em termos de assistência hospitalar e, depois, quando é acionado o meio.
Da Covilhã ao aeródromo mais próximo, neste caso concreto, Castelo Branco, leva o seu tempo. Depois, dali para o aeródromo de Cernache e de Cernache, onde podia aterrar o helicóptero, ainda foi em ambulância para os Hospitais da Universidade de Coimbra.
Ou seja, quando o Ministério da Defesa diz que desde que o helicóptero descolou do Montijo até que entregou o doente em Coimbra decorreram apenas 2 horas e 15 minutos, ainda falta outra parte do tempo antes de chegar ao helicóptero e depois de sair do helicóptero…
Pois claro, mas eu acho que o mais importante neste momento que analisar a fita do tempo é, em primeiro lugar, assegurar-se o Governo de que durante a noite é possível socorrer vítimas de acidentes ou que tenham outras ocorrências em termos de saúde e é intolerável, é injustificável que situações destas ocorram, é absolutamente incompreensível.
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