
Álvaro Beleza diz que Portugal “está melhor” graças “à sua posição geopolítica”
O dirigente socialista Álvaro Beleza considera que “o estado da nação é, globalmente, melhor do que há um ano” e que, “comparado com muitos países europeus”, Portugal “tem uma situação melhor, o que normalmente não acontece”.
No dia em que o Parlamento debate o Estado da Nação, o também presidente da SEDES sublinha, contudo, que este cenário “não se deve ao Governo”, mas sim “à situação geográfica e à geopolítica internacional, em que Portugal, como aconteceu, aliás, na Segunda Guerra Mundial, tem vantagens” quando ocorrem “conflitos no centro da Europa”.
Em declarações à Renascença, Beleza destaca que, “desde que começou a guerra da Ucrânia”, Portugal é um “porto de abrigo”, pelo que “tem mais turismo, mais investimento, mais pessoas e mais imigrantes” e a riqueza também vem daí, porque chegam “aqueles que vêm trabalhar, que são mais pobres e que precisam de emprego”, mas também “imigrantes milionários”.
“Portugal é o terceiro país da Europa este ano a atrair milionários. E é o sétimo do mundo. Isto nunca aconteceu”, enfatiza.
Este quadro aparentemente positivo traz problemas novos, como o elevado preço das casas. “Tanto dinheiro a entrar, de tanto milionário, faz subir os preços das casas de luxo, mas, por arrastamento, também sobem as outras”.
Além disso, Portugal “aumentou a população em mais de 10% nos últimos três anos, o que é um choque brutal”. Portanto, “é evidente que há aqui um problema de falta de habitação, um problema para o qual o país não estava preparado”. Tal como não estava “para este afluxo de gente”.
O dirigente socialista aponta três áreas que deviam ser a aposta do país: fiscalidade, habitação e saúde.
Para Álvaro Beleza, é precisa “uma reforma fiscal que torne a fiscalidade mais justa, mais transparente, mais igual para todos, que permita baixar a carga fiscal para atrair mais e melhor investimento, mas também para os que cá estão sentirem que o Estado é mais justo na cobrança dos impostos”.
Depois, o país “precisa de reformas na habitação”, com “menos demagogia”, com consulta “de peritos” e “com menos conversa de quem não sabe” da matéria.
Já na saúde, Portugal “não se adaptou à evolução tecnológica nem populacional”, porque “há mais um milhão e meio de pessoas para atender no Serviço Nacional de Saúde”.
Neste sentido, Beleza defende que “o Governo tem de ter um plano reformista com ambição” e o qual “tem de negociar com os partidos da direita”, cabendo depois ao eleitorado fazer a respetiva avaliação.
“O Partido Socialista, e bem, está disponível para entendimentos, mas em questões de regime… Em questões de soberania, fundamentalmente. Porque a oposição, obviamente, é o Partido Socialista e, portanto, a alternativa do Governo um dia será o Partido Socialista”, remata Álvaro Beleza.
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