
DGS descarta reforço da vacinação contra o sarampo, mas alerta para fragilidades no Algarve e Alentejo
Apesar do aumento de surtos de sarampo na Europa e noutras regiões do mundo, a Direção-Geral da Saúde (DGS) afasta, para já, a necessidade de reforçar o plano de vacinação em Portugal. A posição foi assumida pela diretora-geral da Saúde, Rita Sá Machado, em declarações à Renascença, sublinhando que o atual esquema vacinal de duas doses tem sido suficiente para evitar surtos de grande dimensão no país.
“O sistema adotado em Portugal tem funcionado. Não é necessário, neste momento, alterar a estratégia, uma vez que temos conseguido evitar surtos relevantes”, afirmou.
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O mais recente Relatório Anual do Programa Nacional de Vacinação, divulgado esta quarta-feira, reforça essa confiança, ao indicar que Portugal continua a manter uma das mais altas taxas de cobertura vacinal da Europa. Em 2024, cerca de 99% das crianças até ao primeiro ano de vida foram vacinadas.
No entanto, o relatório identifica assimetrias geográficas preocupantes. Pela primeira vez, os dados foram desagregados por município, revelando que alguns concelhos das regiões do Algarve e do Alentejo continuam abaixo da média nacional.
“Esta desagregação permite tornar visíveis áreas onde é necessária uma ação diferente ou até um investimento mais direcionado. O que vemos nestes dados confirma o que já sabíamos a nível regional: o Algarve e algumas zonas do Alentejo têm coberturas vacinais mais baixas”, explicou Rita Sá Machado.
A diretora-geral considera essencial reforçar a atuação local, não só por parte das equipas de saúde, mas também com o envolvimento de parceiros comunitários e da sociedade civil, adaptando as estratégias às realidades de cada população.
Além das vacinas do plano regular, a responsável sublinha que estas disparidades se verificam também nas campanhas sazonais, como as da gripe e da COVID-19, onde o Algarve continua a destacar-se negativamente como a região com menor cobertura vacinal.
“Precisamos de estratégias específicas para alguns territórios. O relatório é claro quanto à necessidade de reforçar a ação nos concelhos com menor adesão”, concluiu.
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