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Governo vai incluir perspetiva dos utentes na avaliação do SNS

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O Governo promete mudar a forma como avalia o Serviço Nacional de Saúde (SNS), para incluir a perspetiva dos utentes, anuncia na Renascença a secretária de Estado da Saúde, Ana Povo.

A decisão decorre dos resultados do inquérito feito pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), que foi apresentado esta quinta-feira.

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Entrevistada pela Renascença, Ana Povo reage ao estudo que envolveu 12 mil utentes em Portugal, com mais de 45 anos, e os resultados mostram que temos a pior saúde mental de todos os 19 países participantes.

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Outras conclusões apontam para a falta de coordenação entre os vários níveis de saúde (cuidados primários, hospitalares, cuidados continuados).

Os portugueses mais pobres são os menos confiantes no sistema de saúde e quem tem doenças crónicas relata qualidade de vida muito abaixo da média da OCDE. E, quanto mais doenças crónicas, pior.

Conhecidos os resultados destes inquérito da OCDE sobre a forma como os portugueses avaliam a sua saúde e os cuidados médicos, que medidas é que o Governo vai implementar?

Uma das coisas importantes que o Ministério da Saúde vai trazer para Portugal na continuação deste estudo é incluir, na avaliação do sistema de saúde, os indicadores dos doentes, ou seja, os PREMs [experiências relatadas pelos pacientes] e os PROMs [resultados relatados pelos pacientes] relativamente às expectativas e aos resultados na perspetiva do doente. Isto implica toda uma mudança de paradigma na avaliação do sistema e do serviço de saúde. E mesmo a avaliação dos resultados das políticas em saúde que vão sendo implementadas.

Até aos dias de hoje, os indicadores que são utilizados são indicadores numéricos relativamente a acesso, ou seja, falamos de números de consulta, de cirurgia, tempos de espera para cirurgias, tempos de espera em urgências, mas fica sempre de fora a avaliação do ponto de vista do utente. Este relatório traz para os sistemas de saúde a visão do utente relativamente ao seu tratamento, a sua relação com os profissionais de saúde e, claramente, isto é algo que queremos manter.

Como é que vai ser feita essa avaliação?

Para já, ainda estamos num inquérito do PaRIS – Inquéritos de Indicadores Relatados pelos Doentes. Isto envolveu 12 mil questionários aos nossos utentes e o PaRIS ainda não acabou e, portanto, nós iremos manter a nossa participação. Depois, no futuro, a Direção-Geral da Saúde quer manter este processo de avaliação através dos questionários.

Uma das conclusões deste estudo é que as pessoas mais pobres têm menos confiança no sistema de saúde em Portugal e isto também se prende com as dificuldades de acesso. Como é que este indicador pode ser melhorado?

Tem que ser criada uma confiança no profissional de saúde. Muitas vezes esta confiança prende-se com más experiências a nível dos cuidados de saúde. Em Portugal os cuidados de saúde são gratuitos, portanto, mais do que o acesso, nós temos de garantir a continuação do cuidado, o que acontece fora dos cuidados de saúde primários e fora ambiente hospitalar e isso tem muito a ver com acesso à medicação.

Oito em cada 10 portugueses com mais de 45 anos têm doença crónica e queixam-se dos cuidados de saúde

Como é que isso se faz na prática?

Na prática, uma das medidas importantes que este Governo já fez relativamente a isso e que entra neste relatório, relativamente ao número de pessoas que vive com uma ou mais doenças crónicas, foi a gratuidade dos medicamentos para os idosos que têm direito ao complemento solidário de idoso. Posso garantir que temos monitorizado atentamente essa medida e há, claramente, um melhor acesso a terapêutica, ou seja, conseguimos garantir que as pessoas não tenham que decidir que hoje toma a medicação o marido e no mês a seguir, toma a medicação a esposa.

Portanto, a situação de pobreza não tem a ver com o não acesso a cuidados de saúde, porque o Serviço Nacional de Saúde é universal e é gratuito, tem a ver com os cuidados que vêm a seguir, ou seja, com o acesso à medicação, que é claramente uma medida que nós trabalhamos.

Outro dado que sai deste estudo é que há alguma descoordenação entre os vários níveis de cuidados de saúde. Como é que isto se pode melhorar?

Temos de fazer novo questionário depois de termos o país transformado em 39 Unidades Locais de Saúde para avaliarmos então se a integração dos cuidados de saúde primários dentro dos cuidados de saúde hospitalares contribuiu para uma melhor coordenação.

Permita-me salientar um aspeto positivo deste relatório que demonstra claramente uma aposta a nível dos cuidados de saúde primários. Em Portugal, os utentes com duas ou mais doenças crónicas sentem-se seguros acompanhados pelo seu médico de família, ou seja, ao nível dos cuidados primários, sem a necessidade de recorrer a cuidados hospitalares.

Outra conclusão é o nível de saúde mental, que está abaixo da média da OCDE. O que é que tenciona fazer com estes dados? Mais estudos para perceber porque é que os portugueses sentem que têm uma má saúde mental?

Nós não temos uma má saúde mental. 67% dos inquiridos dizem quem têm boa saúde mental, portanto, estamos acima dos 50%. Estamos é abaixo da média da OCDE. Como bem sabe está um curso uma reforma da saúde mental em Portugal. O que nós temos de ver é se depois destas medidas implementadas, há ou não melhorias. É uma questão que é prioritária para este Governo e por isso é que teve uma medida no plano de emergência, onde já previmos a alocação de psicólogos para os cuidados de saúde primários, ou seja, para que possa haver uma abordagem logo de proximidade para esta população.

E quando é que passa a prática? Porque já foi anunciada há bastante tempo.

Os psicólogos já estão a ser contratados, portanto, já existe aumento do número de profissionais de psicologia a nível dos cuidados de saúde primários nas diferentes ULS do país. Não se esqueça que este inquérito não foi feito este ano, portanto, nós ainda não temos o impacto dessa medida por nós implementada.


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