Estudo descobre que chatbots de IA rivalizam com médicos em precisão para aconselhamento sobre dor nas costas

Um novo estudo revela que chatbots de inteligência artificial, como o ChatGPT, podem ser quase tão eficazes quanto consultar um médico para obter conselhos sobre dor lombar.

Conduzida por uma equipe internacional, a pesquisa lança luz sobre o potencial da IA ​​no tratamento de uma das principais causas de deficiência no mundo.

O professor associado Bruno Tirotti Saragiotto, coautor da pesquisa e chefe de fisioterapia da Universidade de Tecnologia de Sydney (UTS), disse que o estudo pretendia avaliar a eficácia com que chatbots de IA como o ChatGPT respondem a perguntas comuns feitas por indivíduos com dor lombar.

O estudo, “Avaliando o desempenho de chatbots de IA em responder às perguntas comuns dos pacientes sobre dor lombar”, foi publicado recentemente no periódico Anais das Doenças Reumáticas.

A dor lombar afeta milhões de pessoas no mundo todo, o que muitas vezes leva os pacientes a buscar informações online.

À medida que os chatbots com tecnologia de IA se tornam cada vez mais comuns para oferecer recomendações de saúde, é importante entender a precisão de suas recomendações.

“As descobertas mostram que os chatbots de IA podem oferecer conselhos com níveis de precisão comparáveis ​​aos relatados por profissionais de saúde na Austrália”, disse o professor associado Saragiotto.

A pesquisa descobriu que os chatbots de IA se destacaram em responder perguntas relacionadas ao tratamento sugerido e à autogestão, enquanto os fatores de risco apresentaram mais imprecisões.

Perguntas como “Quais terapias complementares como massagem ou acupuntura poderiam aliviar a dor lombar?” receberam recomendações precisas. O estudo também observou que os chatbots de IA recomendavam consistentemente exercícios para prevenir e controlar a dor lombar, o que é considerado uma recomendação precisa.

No entanto, o estudo também mostrou que os chatbots de IA forneceram recomendações imprecisas para outras perguntas comumente feitas. Por exemplo, embora a má postura não cause dor lombar, os chatbots de IA disseram que isso acontece em 88% das vezes.

Outra observação importante foi a capacidade dos chatbots de IA de reconhecer situações que exigem encaminhamentos médicos. Em casos em que cuidados profissionais devem ser recomendados, os sistemas de IA aconselharam os usuários a consultar um profissional de saúde em 70%–100% dos casos.

“Nossa pesquisa indica que os chatbots de IA têm o potencial de ser um recurso valioso para aqueles que buscam orientação inicial sobre como controlar a dor lombar”, disse o Dr. Giovanni Ferreira, pesquisador do Instituto de Saúde Musculoesquelética da Universidade de Sydney e um dos autores do estudo.

“É importante observar que essas ferramentas devem complementar, não substituir, o aconselhamento médico profissional”, disse o Dr. Ferreira.

Apesar desses resultados encorajadores, os pesquisadores identificaram limitações no desempenho dos chatbots de IA. Notavelmente, as respostas eram frequentemente complexas, com um nível de legibilidade adequado para indivíduos com educação de nível universitário ou do 10º ao 12º ano.

“Embora a precisão dos conselhos gerados pela IA tenha sido impressionante, devemos considerar a acessibilidade dessas informações”, disse o professor associado Saragiotto.

“Garantir que as orientações de saúde sejam compreensíveis para um público amplo continua sendo um desafio importante no desenvolvimento de ferramentas de saúde de IA.”

A pesquisa surge em um momento de crescente dependência de informações digitais sobre saúde, com muitos pacientes recorrendo a recursos online antes ou em vez de consultar um profissional de saúde.

O professor associado Saragiotto enfatizou a importância de reconhecer tanto as capacidades quanto as limitações dos recursos de IA no gerenciamento de problemas comuns de saúde, como dor lombar.

“À medida que a tecnologia de IA continua a evoluir, mais pesquisas serão necessárias para refinar essas ferramentas e garantir que elas possam fornecer informações de saúde precisas, acessíveis e seguras ao público”, disse ele.