Um medicamento usado para tratar doenças hepáticas pode ajudar a prevenir infecções por SARS-CoV-2 e diminuir a gravidade do COVID-19?

O SARS-CoV-2, o vírus que causa o COVID-19, liga-se a um receptor celular chamado enzima conversora de angiotensina 2 (ACE2), e a ativação do receptor farnesóide X aumenta a expressão de ACE2. Nova pesquisa publicada no Jornal de Medicina Interna sugere que um medicamento que inibe o receptor farnesóide X e é usado para tratar doenças hepáticas pode diminuir as infecções por SARS-CoV-2 e reduzir a gravidade do COVID-19.

O estudo decorreu de março de 2020 a fevereiro de 2022 e incluiu 3.214 pacientes com doença hepática, metade dos quais tomava o medicamento, chamado ácido ursodesoxicólico (UDCA). Os pacientes que tomaram UDCA tiveram 46% menos chances de serem infectados com SARS-CoV-2. Entre os pacientes que desenvolveram COVID-19, o uso de UDCA foi associado a 46% menos chances de ter COVID-19 sintomático, 49% menos chances de ter COVID-19 moderado e 52% menos chances de ter COVID-19 grave ou crítico.

“Embora nossas descobertas gerem hipóteses e complementem dados em modelos experimentais animais e humanos, nenhuma recomendação sobre o uso de UDCA na prevenção ou tratamento do COVID-19 pode ser feita na ausência de estudos prospectivos randomizados controlados”, escreveram os autores.