Evidências que mostram o “afrouxamento das associações” encontradas na esquizofrenia
Em um estudo publicado no mês passado na Boletim de Esquizofreniapesquisadores da Tokyo Medical and Dental University (TMDU) revelaram que as redes semânticas no cérebro de pacientes com esquizofrenia são muito diferentes daquelas em humanos saudáveis.
Esquizofrenia é um doença mental que geralmente se apresenta com delírios, alucinações e fala e comportamento incoerentes. A característica fundamental da doença é o “afrouxamento das associações” entre as ideias, o que interrompe os processos de pensamento dos pacientes. Agora, pesquisadores do Japão tentaram estudar as características estruturais das redes semânticas no cérebro que refletem o distúrbio do pensamento na esquizofrenia.
O processamento semântico parece estar prejudicado em pacientes com esquizofrenia devido à desconexão funcional entre os neurônios. Para caracterizar esta patologia, os investigadores do TMDU investigaram a atividade cerebral de 14 pacientes com esquizofrenia e 17 indivíduos saudáveis. Todos os participantes foram submetidos ressonância magnética funcional imagem (fMRI) enquanto assiste a filmes coloridos sem som.
“Agora é possível avaliar quantitativamente as representações semânticas de palavras individuais no cérebro, graças ao fMRI que mostra a atividade cerebral e as técnicas de processamento de linguagem”, diz Hidehiko Takahashi, autor sênior. Para entender a diferença nas características cerebrais, a equipe analisou uma estrutura de conectividade em grande escala de representações neuronais, ou uma “rede cerebral semântica”, usando análise de rede ou teoria dos grafosque trata das características matemáticas de tais gráficos.
A equipe descobriu que as redes semânticas nos cérebros de indivíduos saudáveis têm propriedades de mundo pequeno semelhantes às línguas naturais, o que significa que os conceitos são organizados em domínios semânticos específicos e estão globalmente conectados, permitindo pensamento e fala coerentes. Em contraste, as redes semânticas de pacientes com esquizofrenia eram altamente modulares com categorias distintas, e a estrutura dentro de cada categoria era desorganizada e aleatória. Essas deficiências na semântica e nas associações contribuem para o distúrbio do pensamento, incluindo delírios.
Este estudo forneceu evidências para o “afrouxamento das associações” observado em pacientes com esquizofrenia. Essa nova abordagem pode nos ajudar a entender como o cérebro de pacientes com esquizofrenia ou qualquer outro distúrbio do pensamento percebe o mundo. Pode até ajudar a informar o desenvolvimento de novos tratamentos para doenças psiquiátricas.
Mais Informações:
Yukiko Matsumoto et al, Disorganization of Semantic Brain Networks in Schizophrenia Revealed by fMRI, Boletim de Esquizofrenia (2022). DOI: 10.1093/schbul/sbac157
Fornecido pela Tokyo Medical and Dental University
Citação: Evidências mostrando o ‘afrouxamento de associações’ encontradas na esquizofrenia (2023, 17 de janeiro) recuperadas em 18 de janeiro de 2023 em https://medicalxpress.com/news/2023-01-evidence-loosening-associations-schizophrenia.html
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