Para o presidente do Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos (OM), Adalberto Campos Fernandes terá de pensar se vale a pena continuar a ser ministro. Em causa a criação de uma estrutura de missão para monitorizar o programa orçamental da saúde, que na opinião de António Araújo, «prova» que o Ministério da Saúde «está refém» do das Finanças.
«Neste momento, é prova clara que o Ministério da Saúde está refém do Ministério das Finanças, se calhar não necessitaríamos de ter um Ministério da Saúde, bastava ter um Ministério das Finanças e uma secretária de Estado da Saúde, era suficiente», afirmou à Lusa o dirigente, reagindo ao facto de o Governo ter aprovado no Conselho de Ministros (CM) desta quinta-feira, a criação desta estrutura, à qual caberá também apresentar propostas que contribuam para a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
De acordo com o comunicado do CM , a estrutura de missão irá funcionar na dependência dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das Finanças e da Saúde e será «responsável pelo acompanhamento do desempenho financeiro das entidades» do SNS e do Ministério da Saúde e por apresentar «propostas que contribuam para a sustentabilidade do SNS».
Para António Araújo, «mais uma vez» o Ministério da Saúde está a ficar subalternizado» ao Ministério das Finanças e o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, é tido no Governo como um «ministro de segunda» que precisa de ter uma estrutura de missão que vigie os gastos que a sua tutela realiza.
Na sua opinião, esta estrutura de missão poderá eventualmente vir a atrasar a distribuição de verbas pelas unidades de saúde, colocando em causa toda a estrutura do SNS.
Por esse motivo, o presidente do Conselho Regional do Norte da OM salientou que Adalberto Campos Fernandes terá de pensar se «assim» vale a pena continuar a ser ministro.
