Uma equipa de investigadores demonstrou que a saliva possui um componente com o potencial de ajudar a cicatrizar as feridas.
Num estudo conduzido por investigadores liderados por Vicente A. Torres, docente associado no Instituto de Investigação de Ciências Dentárias na Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Chile, no Chile, a equipa propôs-se investigar o porquê da cicatrização mais rápida das feridas bucais em relação às de outros locais do corpo.
Até à data, sabia-se que a saliva desempenha um papel no processo de cicatrização das feridas, mas não se sabia a extensão desse papel adjuvante.
Para o estudo, a equipa analisou os efeitos de um peptídeo, a histatina-1 que está presente na saliva, sobre a angiogénese, ou seja, a formação de vasos sanguíneos, um processo fundamental para a eficiência da cicatrização das feridas.
Os investigadores descobriram que a histatina-1 promove a angiogénese, assim como a adesão e migração celulares. Vicente Torres comenta os resultados do estudo: “estes achados abrem novas alternativas para melhor perceber a biologia subjacente às diferenças entre a cicatrização de feridas orais e da pele”.
“Consideramos que o estudo pode ajudar a elaborar melhores abordagens para melhorar a cicatrização de feridas em tecidos que não a boca”, continuou.
A equipa irá agora procurar produzir materiais e implantes, com aquelas moléculas, para ajudar na cicatrização de feridas.
“Os resultados claros deste estudo abrem uma grande porta para um avanço terapêutico. Trazem também à mente o possível significado de os animais, e muitas vezes as crianças, lamberem as suas feridas”, comentou Thoru Pederson, editor-chefe da revista FASEB.
