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Degradação, desespero, “muito abaixo do limite”. Diretor da urgência do Amadora-Sintra demitiu-se

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Mário Cruz / Lusa

Crise agrava-se: situação no Hospital Amadora-Sintra tem-se degradado “de forma muito perigosa nos últimos meses”. Ministra “empurra” responsabilidade para a ULS e SNS.

O diretor do serviço de Urgência da Unidade Local de Saúde Amadora-Sintra demitiu-se do cargo, confirmou esta segunda-feira fonte oficial do hospital.

Segundo a mesma fonte, Hugo Martins demitiu-se do cargo por motivos pessoais, com efeitos a 1 de fevereiro.“A ULS Amadora-Sintra está a procurar alternativas”, acrescentou a fonte à Lusa.

A notícia da demissão segue-se à recente saída de mais 10 cirurgiões do hospital — que responde às necessidades médicas de mais de meio milhão de habitantes — por assédio laboral, depois da saída de 10 médicos em novembro, que comprometeu cirurgias.

Este mês, os tempos de espera no hospital eram de 34 horas no fim de semana.

A notícia da demissão do diretor do serviço de Urgência foi avançada pela RTP, que ouviu o testemunho “desesperado” do bastonário da Ordem dos Médicos, que explica que o hospital está a trabalhar “muito abaixo dos limites” de segurança clínica.

A situação no Hospital Amadora-Sintra tem-se degradado “de forma muito perigosa nos últimos meses”, desabafou Carlos Cortes: “ao contrário daquilo que é recomendado, isto é, a presença de seis médicos na equipa de urgência, (…) tivemos a informação de que por vezes só está um médico especialista, ou dois médicos especialistas”, ou mesmo turnos que “são só feitos por um médico especialista e um ou dois médicos internos”, alertou.

“Os próprios médicos aconselharam o Conselho de Administração a encerrar a urgência para os doentes cirúrgicos poderem ser encaminhados para outro hospital que tenha outras condições mais adequadas. Isso foi negado e os médicos tiveram de trabalhar em condições de insegurança”, acrescentou o bastonário.

“Consideramos não ser adequado para a população manter uma urgência de cirurgia geral aberta ao exterior que não cumpra o recomendado, muito longe disso”, afirmou ainda Carlos Cortes.

Ministra “empurra” responsabilidade para ULS e SNS

“Não é propriamente a demissão do diretor de Urgência que irá resolver as coisas, é uma intervenção direta do Ministério da Saúde para ajudar o hospital Amadora-Sintra nos seus recursos humanos médicos”, reiterou o bastonário à Lusa: “não se consegue fazer omeletas sem ovos”.

A agência Lusa pediu uma reação ao Ministério da Saúde, que respondeu que “este assunto está na esfera da ULS Amadora-Sintra e da Direção Executiva” do Serviço Nacional de Saúde.


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Fonte: ZAP

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