Devemos preocupar-nos com a subida de casos do metapneunomovírus (HMPV) na China?
Cinco anos depois do início da pandemia, há um vírus respiratório que está a deixar muita gente doente na China. No Explicador desta tarde, falamos do metapneumovírus humano (HMPV) e analisamos a vaga de infeções na China com a ajuda de um especialista.
Que vírus é este?
Nas últimas semanas, os hospitais
chineses têm relatado constrangimentos devido a uma nova vaga do chamado metapneumovírus
humano (HMPV). É da mesma família do famoso VSR, o vírus sincicial respiratório
e que afeta milhares de crianças em Portugal anualmente.
O HPMV é semelhante a uma gripe.
Já é conhecido das autoridades de saúde e é habitual uma subida de infeções no
inverno. Os especialistas dizem, por isso, que não há qualquer razão para
alarme.
Qual a razão para esta subida
de infeções na China?
Os infeciologistas apontam como
razão as máscaras utilizadas durante a pandemia.
Em declarações à Renascença,
o infeciologista Jaime Nina esclareceu que muitas das crianças agora infetadas
viveram os primeiros anos de vida sempre a utilizar máscara e, portanto, é “normal”
que agora tenham “os anticorpos em baixo” em baixo e que contraiam a doença mais facilmente, “porque o vírus circula como eles circulam, a ir às creches” – a China está a ter “as infeções que teriam há dois ou três anos” se não fosse a pandemia, clarifica o especialista.
Há risco de haver mutações que
levem a variantes mais perigosas?
À partida, não. Jaime Nina
clarifica que – apesar de haver uma grande capacidade de mutação – este vírus é “bastante
estável” e, por isso, a probabilidade de evoluir para uma variante “mais agressiva e mais transmissível” é reduzida.
Já há registo de casos em Portugal?
Em resposta à Renascença,
a Direção Geral da Saúde fala numa “deteção pontual de uma amostra na rede
de vigilância laboratorial dos vírus respiratórios” – um procedimento que, segundo Jaime Nina, é “habitual” entre os laboratórios que se dedicam à
investigação deste tipo de doenças.
O infeciologista Jaime Nina
aponta ainda que, caso houvesse uma testagem massiva, seria “provável” que
fossem identificados muitos casos em hospitais, tal como também acontece com outros
vírus respiratórios, como a gripe, o VSR ou a Covid-19.
Quais são os sintomas de infeção?
Na maioria dos casos, os sintomas
passam despercebidos. São muito semelhantes aos de uma constipação, como pingo
no nariz ou, no caso das crianças, as tradicionais “birras”. Pode também haver
caso para febre (normalmente baixa), tosse, dor de garganta ou falta de ar.
Apenas numa minoria dos casos é que há relatos de doença grave e de pneumonias virais, tal como em todos os outros
vírus respiratórios.
Como nos podemos proteger
deste vírus?
Ainda não foi desenvolvida
nenhuma vacina, por isso só nos restam as habituais precauções, como utilizar
máscara junto a pessoas infetadas e isolar quem tiver sido diagnosticado com o
vírus, principalmente as crianças para evitar surtos em escolas.
Source link