Atualidade

Seis em cada dez portugueses defendem a diminuição do número de imigrantes do subcontinente indiano

Publicidade - continue a ler a seguir


Mais de 60 por cento dos portugueses questionados pela Fundação Francisco Manuel dos Santos defendem que o número de imigrante do subcontinente indiano deve diminuir, sendo que 3 em cada 10 entendem mesmo que a redução deve ser acentuada. A percentagem de oposição aos imigrantes de países como a Índia, Paquistão, Bangladesh ou Nepal chega aos 63%, se o cálculo incluir as não-respostas.

A maioria dos portugueses defende a diminuição dos imigrantes da China e Brasil (ambos com 52% de inquiridos) e, já em minoria, das comunidades da Europa de Leste (48%) e países africanos (47%), muito acima da rejeição dos imigrantes de países classificados como ocidentais (26%).

A percentagem de rejeição dos imigrantes do subcontinente indiano nunca tinha sido medida e atingiu um valor recorde, comparando com valores máximos registados em estudos congéneres realizados nos últimos 20 anos, ficando acima dos 57% de inquiridos que em 2010 defendiam a diminuição dos contingentes de imigrantes com origem no Brasil, China e Europa de Leste.

Os imigrantes do subcontinente indiano são o subgrupo que concentra mais “desvantagens para Portugal” identificadas pela amostra, com 53% de respostas neste sentido. Entre todos os contingentes estudados, estes imigrantes são qualificados como “muito diferentes” pela maior proporção de inquiridos ( 81%) acima dos chineses ( 70,7%) e africanos ( 50%).

Publicidade - continue a ler a seguir

O inquérito foi realizado entre 13 de junho e 30 de agosto com 1072 entrevistas e validadas, por inquérito online (59%) e telefónico (41%), a maiores de 18 anos, da nacionalidade portuguesa à nascença, falantes de português. O erro da amostra é de 3% para um nível de confiança de 95%.

Atual política de imigração chumbada

A fazer fé neste estudo, os portugueses concordam maioritariamente com uma malha mais apertada na entrada de imigrantes. 75,8% dos inquiridos consideram que uma política com entradas mais reguladas e dificultadas seria mais benéfica para Portugal. A maioria dos portugueses questionados neste barómetro (68%) considera que a atual política de imigração permite uma entrada muito facilitada e pouco regulada dos imigrantes. “Quanto mais de direita a pessoa diz ser, mais concorda com a ideia de que a política de imigração deve ser mais regulada e mais dificultada a entrada de imigrantes”, pode ler-se no estudo.

Os resultados indicam ainda “uma associação consistente entre o comportamento de voto e atitudes face á imigração” e, nesse sentido, detetam atitudes mais desfavoráveis à imigração “entre os inquiridos que disseram ter votado no partido CHEGA nas legislativas de 2024, ainda que de forma menos consistente nos níveis de oposição à imigração”.

51% consideram que o “modo de ser” dos imigrantes “empobrece os valores e tradições” portuguesas, um aumento substancial face aos 28% registados no estudo congénere de 2010. Embora não exista correlação assumida em qualquer estudo oficial, 67% dos inquiridos concorda que a presença de imigrantes aumenta os níveis de criminalidade em Portugal.

Bons para a economia

No plano económico, 7 em cada 10 portugueses sustentam que a presença de imigrantes contribui para manter os salários baixos em Portugal e 54% dos inquiridos acreditam que, “sem imigrantes”, os portugueses teriam melhores contratos de trabalho. A maioria dos inquiridos (53,5%) reconhece que os imigrantes têm piores condições de trabalho.

Quatro em cada 10 portugueses defendem que os estrangeiros vivem em habitações piores que os cidadãos nacionais. Metade admitem estar numa situação pessoa mais favorável que os portugueses. Os inquiridos encontram os imigrantes uma situação de igualdade de acesso à saúde ( 55,2%) , justiça ( 44,8%) e educação (62,9%) face aos portugueses.

Há entre os portugueses uma convicção mais forte de que os imigrantes são fundamentais para a vida do país ( 68%, face a 61% no estudo de 2010), mas sustentam também uma afirmação incorreta sobre as contribuições sociais dos imigrantes.

Mais de metade discordam que os imigrantes contribuem mais para a Segurança Social do que aquilo que recebem, quando os números oficiais de 2023 apontam para contributos de 1861 milhões de euros, bem acima de benefícios da ordem dos 257 milhões de euros, de acordo com o Observatório das Migrações.

Valorização dos imigrantes que trazem família

Os inquiridos sustentam que a presença de imigrantes apresenta mais vantagens quando estes vivem em Portugal com a família. 39% dos portugueses questionados no Barómetro identificam este como o maior fator positivo na integração social dos estrangeiros e dois terços dos inquiridos defendem mesmo que os imigrantes devem poder trazer a família para Portugal. 52% dos inquiridos concorda que deve ser facilitada a naturalização dos imigrantes que residem legalmente em Portugal e 59% consideram que esses imigrantes “devem poder votar como os portugueses”.

As opiniões favoráveis no sentido do reagrupamento familiar, concessão de nacionalidade e direito de voto estão, ainda assim, abaixo dos níveis registados em 2010. No entanto, a falta de um emprego ou o cometimento de um crime devem dar direito a regresso aos seus países para 78 % e 82% da amostra, respetivamente, valores idênticos aos de 2010.

Desconhecimento em números e rostos

Uma larga fatia dos inquiridos (27,5%) sustenta que há mais de 30% de imigrantes em Portugal, quando os números oficiais apontam para 10% da população. Os portugueses auscultados neste Barómetro reconhecem que interagem pouco com imigrantes. 52,5% não tem contacto com poucos ou mesmo nenhuns imigrantes, considerando vizinhos, colegas e pessoas que encontram diariamente na rua.

No entanto, os autores do estudo sustentam que “a magnitude do contacto com imigrantes não é um preditor importante das atitudes face à imigração”. Independentemente da nacionalidade das pessoas, os portugueses são globalmente desconfiados. Um em cada cinco inquiridos considera que que “todo o cuidado é pouco” quando se lida com pessoas.

“As pessoas que se sentem mais inseguras são as que mais se opõe à imigração e que são menos favoráveis à concessão de direitos aos imigrantes”, pode ler-se no relatório da autoria de Rui Costa Lopes, João António e Pedro Góis.


Source link

Looks like you have blocked notifications!

Seja membro da PortalEnf 




Portalenf Comunidade de Saúde

A PortalEnf é um Portal de Saúde on-line que tem por objectivo divulgar tutoriais e notícias sobre a Saúde e a Enfermagem de forma a promover o conhecimento entre os seus membros.

Artigos Relacionados

Deixe um comentário

Publicidade - continue a ler a seguir
Botão Voltar ao Topo

Notice: ob_end_flush(): Failed to send buffer of zlib output compression (0) in /home/portale1/public_html/wp-includes/functions.php on line 5464