Cólera se espalha ‘rapidamente’ no Sudão do Sul, diz MSF

Trabalhadores humanitários no Sudão do Sul alertaram na sexta-feira que um surto de cólera estava a “aumentar rapidamente” no extremo norte da jovem nação, onde a violência crónica deslocou milhares de pessoas.

Pelo menos 737 casos foram relatados em um mês no estado do Alto Nilo, disseram Médicos Sem Fronteiras (MSF), em comunicado.

O surto concentrou-se em Malakal – um centro comercial outrora próspero, reduzido a uma cidade de refugiados – mas espalhou-se para outras partes do país, incluindo a capital Juba.

A cidade recebeu um grande número de sul-sudaneses que fugiram de volta ao país devido ao conflito no vizinho Sudão, que registrou mais de 37 mil casos de cólera, segundo MSF.

“A situação em Malakal continua crítica e estamos preocupados que o surto esteja se espalhando para áreas vizinhas”, disse Zakaria Mwatia, chefe da missão de MSF no Sudão do Sul.

A cólera é uma forma aguda de diarreia tratável com antibióticos e hidratação, mas que pode matar em poucas horas se não for tratada.

É causada por um germe que normalmente é transmitido por falta de saneamento. As pessoas são infectadas quando engolem alimentos ou água que transportam o vírus.

A ONU afirmou no mês passado que garantiu mais de 280 mil doses de vacina oral contra a cólera para serem distribuídas em pontos críticos de transmissão, afirmando que o surto foi impulsionado pelo acesso limitado a água potável e ao saneamento precário.

Um dos países mais pobres do planeta, apesar das grandes reservas de petróleo, o Sudão do Sul tem lutado para encontrar o seu equilíbrio desde que se tornou independente do Sudão em 2011, lutando contra a violência, a pobreza endémica e as catástrofes naturais.

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