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PAN teme que plano de emergência da saúde deixe soluções para privados

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A porta-voz do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN), Inês Sousa Real, afirmou hoje recear que o Governo deixe para os privados as soluções sobre os problemas do país na área da saúde.

“Esperava mais. Não podemos cuidar da saúde com paliativos. Precisamos de ter, efetivamente, uma intervenção de maior valorização das carreiras e o plano apresentado por Luís Montenegro continua a não ter a valorização das carreiras dos médicos e dos enfermeiros”, afirmou Inês Sousa Real.

Para Sousa Real, o Governo de Luís Montenegro “deixa apenas para os privados as soluções dos problemas de saúde do país”.

A porta-voz do PAN, que falava em Ponte de Lima numa ação de campanha para as eleições europeias, alertou que os problemas do interior do país são diferentes dos do litoral.

“Sabemos que os privados não vão dar a resposta que só o Serviço Nacional de Saúde (SNS) poderá dar para a nossa saúde em Portugal”, sublinhou.

Para Inês Sousa Real, o facto de “a valorização das carreiras ter ficado fora do Plano de Emergência da Saúde, hoje apresentado pelo Governo, continue a afastar os profissionais de saúde do SNS”.

“Precisamos de manter o nosso talento, nos jovens médicos, enfermeiros, auxiliares de saúde e de diagnóstico e isso só se fará com a valorização das carreiras, privilegiando a exclusividade, mas com benefícios. Não podemos continuar a dizer aos jovens que o seu único futuro é no estrangeiro”, sublinhou.

Defendeu ainda “mais diálogo com a Ordem dos Médicos, ao nível das especialidades, mas também ao nível das equiparações no âmbito da União Europeia”.

Segundo Inês Sousa Real, “a par da valorização das carreiras que tinha necessariamente de acontecer, saudamos a criação da linha de urgência para obstetrícia, mas considerou que o Governo “continua por não dizer o que vai ser feito para combater a violência obstétrica que existe”.

O porta-voz do PAN congratulou-se com o reforço dos psicólogos no SNS, medida que disse que o partido “há muito vinha reivindicando”.

“Mas, precisamos de mais. Precisamos de descentralizar estes mecanismos de resposta e garantir que, por exemplo, os estudantes deslocados continuem a ter acesso à saúde mental, que continuemos a ter uma aposta mais robustecida ao nível da sociedade, sob pena de estarmos a falhar com o que deve ser um compromisso que é preservar o SNS que não se coaduna com deixar para os privados. Os privados têm de ser complementares e não serem privilegiados nesta relação”, afirmou.

Inês Sousa Real, adiantou que o PAN defende “uma aposta maior no laboratório militar” para fazer face “à escassez de medicamentos”, e “uma estratégia comum” nacional e europeia “para garantir a autonomia e soberania” do país “no acesso à medicação, em particular, aos medicamentos oncológicos ou para outras doenças crónicas”

“Para que Portugal e a Europa não fiquem sem ‘stock’ de medicamentos”, referiu.

LUSA/HN

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