Redução da mortalidade infantil retira Portugal da cauda da Europa
“Portugal era o país da União Europeia onde mais crianças morriam com menos de um ano, sendo que, em 2022, o país ocupava o `top´ 10 dos países com menor taxa de mortalidade infantil”, refere o retrato “50 anos de democracia em números” da Pordata.
Segundo a base de dados estatísticos da Fundação Francisco Manuel dos Santos, em 1974, morriam no país 38 crianças com menos de um ano por cada 1.000 nascimentos, quando a média na União Europeia ficava-se pelos 21 neste indicador.
“Em 2022, Portugal ocupava o `top´ 10 dos países com menor taxa de mortalidade infantil, 2,6‰, sendo a média europeia de 3,3‰”, refere o documento da Pordata que ilustra as “profundas mudanças ocorridas” no país em diversas áreas, como a saúde, demografia, modernização, educação, transportes, trabalho e proteção social, ao longo do último meio século.
Os dados recentemente divulgados indicam ainda que, em 1970, apenas 38% dos partos ocorriam em estabelecimentos de saúde, mas, cinco anos depois, este valor já era de 61% e, atualmente, “praticamente todas as crianças nascem” nos hospitais portugueses. Entre 1974 e 2022, o número de nascimentos em Portugal baixou significativamente, passando dos quase 172 mil para os cerca de 83 mil.
As transformações no sistema de saúde “associam-se igualmente à modernização dos serviços e ao crescimento do número de profissionais”, salienta ainda a Pordata, ao avançar que, nas últimas cinco décadas, o número de médicos aumentou quase cinco vezes e o de enfermeiros perto de quatro vezes.
Em 1975, estavam registados na Ordem dos Médicos 11 mil profissionais e, em 2022, eram cerca de 60 mil. Já os enfermeiros eram quase 19 mil e são agora cerca de 82 mil, refere a Pordata.
Já quanto às condições de vida, o retrato estatístico aponta que, há 50 anos, 53% das casas em Portugal não tinham água canalizada, 42% não tinham instalações sanitárias, 40% não tinham esgotos e 36% não tinham eletricidade, enquanto que atualmente, pelo menos, 98% das habitações dispõem já destas instalações.
“De destacar ainda que os censos de 1981 contabilizaram mais de 46 mil alojamentos familiares não clássicos, como barracas, onde viviam cerca de 126 mil pessoas. Nos censos de 2021, registaram-se quatro mil alojamentos familiares não clássicos, onde moravam 11 mil pessoas”, indica a Pordata.
Em 50 anos, também duplicou o número de casas de residência habitual e há 15 vezes mais casas de residência secundária, destaca o retrato, ao alertar que, “nos últimos anos, o aumento dos preços das casas veio relançar o debate sobre a habitação” no país.
LUSA
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