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Projeto liderado pela ESEnfC vence Prémio Erasmus+

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O projeto europeu de capacitação para a prática de cuidados de enfermagem multiculturais, “MulticulturalCare”, liderado pela Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) e com coordenação da professora Ana Paula Monteiro, foi vencedor do Prémio Erasmus+ na categoria de Parcerias de Cooperação no Ensino Superior do ano 2023, foi anunciado na última terça-feira.

Entregue na Gala Prémios Erasmus+, que se realizou no dia 9 de abril, na Casa da Cultura da Ericeira (Mafra), esta distinção, atribuída pela Agência Nacional Erasmus+ Educação e Formação, visa premiar os melhores exemplos de boas práticas selecionados anualmente de entre projetos (de várias categorias) financiados pela Comissão Europeia, através do programa Erasmus+.

Denominado “MulticulturalCare – Educating students through innovative learning methods to intervene in multicultural complex contexts”, o projeto liderado pela ESEnfC, e que envolveu mais duas instituições de ensino superior europeias – Universidad de Castilla-La Mancha (Espanha) e UC Leuven-Limburg (Bélgica) –, foi “assinalado pelo avaliador internacional como um projeto de elevada qualidade”, com “uma classificação final de 87 pontos”, afirma a docente Ana Paula Monteiro.

Ao logo dos cerca de dois anos que durou o projeto, a equipa luso-hispano-belga construiu um modelo educativo que visa preparar os estudantes de enfermagem europeus para intervirem eficazmente em contextos multiculturais complexos, capacitando-os para o atendimento adequado a populações em diferentes contextos, como migrantes, refugiados e requerentes de asilo.

“O MulticulturalCare Nursing Education Model (Modelo de Educação de Enfermagem MulticulturalCare) está, atualmente, a ser implementado nas instituições parceiras e noutras universidades europeias, quer em unidades curriculares, quer em programas formativos, quer em cursos de formação de formadores financiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência”, sublinha Ana Paula Monteiro.

De acordo com a coordenadora do “MulticulturalCare”, o projeto “teve um impacto significativo a nível nacional e internacional”, não só nas instituições parceiras, onde, na sua construção e implementação, abrangeu centenas de estudantes de enfermagem destes estabelecimentos, como também “na comunidade envolvente”, junto de “enfermeiros-tutores, profissionais de saúde, organizações não-governamentais de apoio a migrantes e refugiados, ordens profissionais e decisores políticos”.

Refira-se, ainda, que “os instrumentos de implementação e avaliação do ‘MulticulturalCare’ estão a ser utilizados em investigação académica avançada em enfermagem, nomeadamente numa tese de doutoramento em Portugal”, nota Ana Paula Monteiro.

“O projeto abrange métodos de ensino inovadores, que envolvem os alunos de enfermagem em experiências de aprendizagem imersivas e interativas. Essas abordagens vão além das configurações tradicionais de sala de aula, permitindo que os alunos desenvolvam uma compreensão profunda da diversidade cultural e seu impacto na saúde. O Modelo de Educação em Enfermagem MultiCulturalCare integra aprendizagem experiencial, cenários de simulação e experiências do mundo real, como programas de imersão na comunidade e rotações clínicas em ambientes culturalmente diversos”, refere a equipa do projeto “MulticulturalCare” que, pela ESEnfC, é ainda constituída por Ana Paula Camarneiro, Beatriz de Oliveira Xavier, Aliete Cunha Oliveira e Filipa Santos Ventura.

Por outro lado, “através de módulos de formação abrangentes, os alunos aprendem sobre diversas culturas, crenças e práticas, promovendo a sensibilidade e o respeito cultural”.

Sustenta, ainda, a equipa europeia do projeto “MulticulturalCare” que, através da “abordagem colaborativa”, se está a facilitar “a troca de conhecimentos entre estudantes de enfermagem, profissionais de saúde, organizações, mentores e professores”, o que “promove a aprendizagem mútua, a partilha das melhores práticas e o desenvolvimento de uma rede de apoio comprometida com a competência cultural na área da saúde”.

Finalmente, o projeto visa contribuir para a redução das desigualdades na saúde: “Cuidados culturalmente sensíveis levam a melhores resultados de saúde e à satisfação dos utentes, particularmente dos indivíduos de diversas origens e de grupos marginalizados”, reflete a equipa liderada pela ESEnfC.

O projeto “MulticulturalCare” foi apoiado pelo programa Erasmus+ com uma subvenção de cerca de 312 mil euros.

Os Prémios Erasmus+ visam reconhecer “projetos que se destacam dos demais, não só pela boa gestão financeira, mas também pela sua relevância em termos de prioridades políticas no campo da educação e formação, e pelos resultados alcançados que podem servir de inspiração para outros”, lê-se no website da Agência Nacional Erasmus+ Educação e Formação.

PR/HN

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