Noventa profissionais de saúde dos PALOP fazem formação em Portugal até 2026
Noventa profissionais de saúde de Angola, Cabo Verde e Moçambique vão realizar formação especializada em Portugal, no âmbito do PALOP EXPERTSAÚDE, projeto que se inicia esta terça-feira e que decorre até outubro de 2026.
“A troca de saber é o grande objetivo deste projeto”, referiu à Lusa Susana Sá, gestora executiva do PALOP EXPERTSAÚDE, projeto da Associação Ensinar Norte em cooperação com o Camões – Instituto da Cooperação e da Língua.
No total, 40 médicos, 40 enfermeiros e 10 técnicos de diagnóstico e terapêutica, de distintas unidades de saúde de Angola, Cabo Verde e Moçambique, estarão em Portugal a receber formação e a partilhar experiências.
Este programa inicia-se hoje com a chegada a Portugal de quatro médicos e duas enfermeiras do Hospital Materno Infantil Manuel Pedro Azancot de Menezes, em Angola.
“Estamos aqui para aprender”, referiu à Lusa Wanderly António, médico obstetra angolano, que faz parte deste primeiro grupo de profissionais, todos oriundos da mesma unidade hospitalar, onde são “realizados, em média, entre 70 e 80 partos por dia”.
A troca de experiências médicas entre países diferentes é também um dos fatores atrativos para estes formandos e formadores.
“Esta é uma formação observacional, presencial, com a duração de três meses, no âmbito da especialidade que os profissionais de saúde selecionam”, refere a organização.
Entre os fatores de diferenciação deste projeto, Susana Sá refere a formação prática clínica, que permitirá aos formandos serem “o braço direito” dos seus tutores.
“São 500 horas de formação”, acrescenta a gestora desta iniciativa, adiantando que o projeto contempla que os tutores irão, posteriormente, aos hospitais africanos acompanhar no local os formandos durante alguns dias.
Os hospitais beneficiários desta iniciativa, cuja candidatura se inseriu no programa PARES – Programa de Apoio à Resposta de Saúde nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), são o Hospital Materno Infantil Manuel Pedro Azancot de Menezes e o Complexo hospitalar de Doenças CardioPulmonares Dom Alexandre do Nascimento, ambos em Angola, o Hospital Baptista de Sousa, em Cabo Verde, e o Hospital Central de Maputo, em Moçambique.
Do lado português, o programa de formação hospitalar especializada conta com o grupo Trofa Saúde e CESPU, instituições privadas, e da parceria com quatro hospitais públicos: ULS Braga, ULS Tâmega e Sousa, ULS Matosinhos e ULSAAve.
LUSA/HN
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