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Diretor da Escola Superior de Saúde do Politécnico de Leiria defende integração de hospital-escola de referência

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Rui Fonseca-Pinto inicia o segundo mandato como diretor da Escola Superior de Saúde (ESSLei) do Politécnico de Leiria defendendo que na formação académica em Ciências da Saúde seja integrado um hospital-escola de referência.

“Acredito que a atual reorganização do SNS [Serviço Nacional de Saúde] é uma boa oportunidade para que possamos ter um modelo que mantém a formação dos profissionais de saúde sob responsabilidade da academia, mas que permite que na formação académica em ciências da saúde seja integrado um hospital-escola de referência, para cada Instituição de Ensino Superior”, defendeu Rui Fonseca-Pinto, durante a cerimónia de tomada de posse como diretor da Escola Superior de Saúde (ESSLei) do Politécnico de Leiria, na passado dia 6 de março, em Leiria.

Rui Fonseca-Pinto, que inicia o segundo mandato como diretor da ESSLei, concretizou que este modelo “procura integrar de forma ativa os profissionais de saúde na formação das novas gerações, traz para os ambientes de prestação de cuidados uma partilha de responsabilidade formativa, e é também um caminho no sentido da valorização dos profissionais de saúde e do SNS”.

Para o diretor da ESSLei, no atual modelo de formação, em que uma parte significativa dos cursos é realizada em ambiente de prestação de cuidados de saúde, não existe “um verdadeiro projeto educativo conjunto entre as escolas e as entidades prestadoras de cuidados”, não sendo “possível continuar com um modelo que é gerador de burocracia, que condiciona a colocação dos estudantes nos locais de estágio e que gera uma grande rotatividade de orientadores, sem que se pense numa alternativa”.

Num balanço do primeiro mandato, e sem esquecer o impacto da pandemia na gestão institucional, Rui Fonseca-Pinto destacou o crescimento da ESSLei, que entre 2019 e 2023 registou um aumento em 34% do número de alunos, designadamente ao nível dos mestrados, com uma nova oferta nas especialidades de Enfermagem, mas também colocando em funcionamento mestrados nas áreas da Terapia e Reabilitação e dos Cuidados Paliativos.

“No que se refere à formação de terceiro ciclo, o nosso trabalho de criação do programa doutoral em Reabilitação e Envelhecimento Humano continua a fazer o seu caminho. É um projeto diferenciador e de futuro para a nossa Escola, estando estrategicamente a aguardar pela avaliação das unidades de investigação por parte da FCT”, referiu Rui Fonseca-Pinto.

O diretor destacou ainda a oferta formativa da ESSLei ao nível dos Cursos Técnicos Superiores Profissionais (TeSP), no Núcleo de Formação de Pombal, no Núcleo de Formação de Torres Vedras e, mais recentemente, na Batalha, onde estão abertas as candidaturas para uma primeira edição do curso de Gerontologia, em regime pós-laboral.

Por sua vez, o presidente do Instituto Politécnico de Leiria, Carlos Rabadão, sublinhou a evolução da ESSLei ao longo dos seus 50 anos, que se “traduziu no alargamento do projeto educativo, integrando além da formação inicial em Enfermagem outras ofertas formativas bastante relevantes”, como a Fisioterapia, Terapia da Fala, Dietética e Nutrição, e Terapia Ocupacional, sem esquecer o “crescimento sustentado do número de estudantes”, que atualmente são cerca de 1.700.

Sobre os atuais desafios, o presidente apontou o desenvolvimento de novas ofertas formativas em licenciatura e mestrado, “no âmbito das novas profissões na área da saúde, e que se inserem na ideia da expansão deste tipo de ensino para Torres Vedras”, assim como a promoção de programas doutorais, que serão “essenciais para se levar ainda mais além o trabalho que esta Escola tem vindo a desenvolver”.

Já o presidente do Conselho de Representantes da ESSLei, Luís Soares Luís, salientou que a Escola tem a “oportunidade de reforçar o seu papel na formação de profissionais de saúde competentes, que estarão na linha da frente do atendimento ao paciente. É um desafio, mas também uma oportunidade para solidificar o lugar da Escola como uma instituição de vanguarda na educação em saúde”.

A encerrar a sessão, a secretária de Estado da Promoção da Saúde, Margarida Tavares, começou por enaltecer a promoção da cerimónia, que marcou o “relançamento deste projeto inspirador”, e salientou a “importância da formação em qualidade, quantidade e diversidade de recursos humanos para o setor da saúde”, numa altura em que se enfrenta, “a nível local, nacional, europeu e mundial, um desafio, provavelmente sem precedentes na era contemporânea, que deve merecer toda a atenção”.

“A OMS estima que em 2030 vamos ter uma escassez global de cerca de 10 milhões de profissionais de saúde”, alertou Margarida Tavares, defendendo: “Se não formos capazes, com frontalidade e coragem, de forma comprometida e aberta à mudança, de abordar [este desafio] enquanto sociedade, responsáveis e organização, vamos provavelmente perder uma oportunidade de desenvolvimento social e económico. As Instituições de Ensino Superior devem ser o espaço onde esta discussão tem lugar e onde esta transformação ganha forma, adaptando os currículos às novas necessidades e desafios”.

PR/HN

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